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TCE recomenda que Casan avalie novas ligações à Estação de Tratamento de Florianópolis

ESGOTO DA CAPITAL: No limite da capacidade?

A situação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) insular, na entrada de Florianópolis, divide as análises do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). O órgão fiscalizador diz que ela está prestes a ter sua capacidade esgotada. A estatal discorda.

De acordo com o diretor de Atividades Especiais do TCE, Kliwer Schimitt, duas recomendações foram feitas: que a Casan avalie a capacidade de a estação receber novas ligações de esgoto e que acabe com o mau cheiro do local.

Em relação à capacidade da estação, a divergência está nos cálculos feitos pelos técnicos. Os do tribunal usaram a produção diária de matéria orgânica por pessoa no valor de 48g – a estatal, 54g (ver quadro ao lado).

Com a ligação na rede de 25 mil moradores da região do Itacorubi, anunciada pela Casan, a capacidade da ETE insular seria superada, segundo o TCE.

– No projeto original, o cálculo deveria ser feito levando em consideração uma produção orgânica diária de 48g por pessoas, mas a Casan usou 54g. Queremos que a estatal apresente um estudo científico (até 10 de dezembro) para nossos técnicos avaliarem. Se nosso cálculo estiver correto, a capacidade da estação vai ser extrapolada, e o esgoto não tratado será jogado no mar – explicou Kliwer Schimitt.

Para professor, os dois índices podem ser usados

E qual seria o parâmetro certo? De acordo com Luiz Sérgio Philippi, professor do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os dois números podem ser usados, mas, para ele, o mais correto é o da Casan, 54g.

– Mas, se no projeto original o número apontado foi de 48g, ele deve ser usado. Foi colocado ali por algum motivo, e aprovado pelos órgãos ambientais.

Segundo o superintendente de Meio Ambiente da Casan, Cláudio Floriani Júnior, a divergência é só no parâmetro.

– Montamos um grupo de trabalho para avaliar a capacidade da estação de tratamento e, até dezembro, vamos apresentar ao TCE – afirmou.

Por enquanto, continua o projeto de ligação das moradias da região do Itacorubi com a ETE Insular.

– Se chegarmos à conclusão de que a capacidade vai ser ultrapassada, nós ampliaremos a estação ou faremos melhorias operacionais para dar conta – prometeu Cláudio Floriani Júnior.

(Por MAURÍCIO FRIGHETTO, DC, 14/09/2010)

Filtro deve acabar com o mau cheiro

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendou que a Casan acabe com um problema que afeta moradores e turistas em Florianópolis: o mau cheiro provocado pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) insular. A estatal diz que está tomando as providências.

Segundo o superintendente de Meio Ambiente da Casan, Cláudio Floriani Júnior, está em aberto um edital para a compra de um filtro biológico para resolver o problema. A expectativa é de que até dezembro tudo esteja pronto.

Mas Floriani aponta outra causa para o mau cheiro: um canal de drenagem pluvial que passa ao lado da estação:

– A sociedade não pode se enganar porque o problema não vai ser solucionado. Há um canal de drenagem pluvial que sai do Centro e passa ao lado da estação. Tem gente que liga o esgoto nesse canal, o que acaba gerando o mau cheiro. A prefeitura é a responsável por isso.

Átila Rocha, secretário de Habitação e Saneamento Ambiental da Capital, discorda. Segundo ele, um outro canal vai parar nas águas da Avenida Beira-Mar Norte, e lá não há reclamação.

– O problema é a estação de esgoto. A Casan precisa resolver isso. É um absurdo uma estação, no Centro, não ter tratamento adequado.

Capacidade máxima da ETE Insular: 150 mil habitantes
Capacidade atual, segundo a Casan: 117.222 habitantes.
Para a estatal, ainda é possível incluir mais 32.778 habitantes na estação
Capacidade atual, segundo o TCE 131.875 habitantes.
Para o tribunal, apenas 18.125 habiantes podem ser ligados à estação.
Número de ligações dos moradores do Itacorubi: 25 mil

Como foi feito o cálculo
O projeto da ETE Insular, realizado pela empresaEngevix, considerou que, para atender 150 mil habitantes, cada pessoa deveria produzir, em média, 48g diárias de carga orgânica;

Conforme dados de 2008, a carga orgânica produzida por dia na ETE era de 6,33 toneladas;
Segundo dados teóricos, cada habitante produzentre 45g e 54g por dia de carga orgânica;

Para chegar ao número, a Casan dividiu o total de 6,33 toneladas por 54 gramas. Os técnicos do TCE dividiram por 48 gramas.

Fonte Números: Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC)

(DC, 14/09/2010)

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