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Florianópolis aposta na produção da ostra como um dos pilares da economia

Fotografia de uma mesa posta à beira-mar com pratos de ostras servidos em diferentes preparações. No primeiro plano, há ostras cruas abertas dispostas em um prato branco, decoradas com duas pimentas vermelhas. Ao fundo, outros pratos com ostras gratinadas e guarnições, além de taças de vidro vazias. A mesa é de vidro escuro, e a paisagem ao fundo mostra o mar tranquilo, parte de um deque de madeira e um barco ancorado próximo à margem. A iluminação é natural e remete a um ambiente sofisticado e praiano.

Florianópolis ganhou o selo de Cidade Criativa Unesco da Gastronomia em 2014 através da FloripAmanhã – Foto: Freguesia Oyster Bar/Redes Sociais/Divulgação

Com a expectativa de comercializar 30 mil dúzias de ostras, os estabelecimentos credenciados para a 22ª edição da Fenaostra, que começa hoje e vai até o próximo domingo (8), estão prontos para servir aos visitantes pratos preparados com o molusco que é símbolo de Florianópolis. Responsável por 97% de todas as ostras que são consumidas no Brasil, a Capital tem na relação com o alimento um ponto forte da economia, e prova disso é a festa.

A produção teve início há quase 40 anos, quando os primeiros estudos começaram na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Atualmente, diversas famílias sobrevivem daquilo que é produzido nas fazendas marinhas, caso de Luiz Carlos Costa e Leonardo Costa, pai e filho que compartilham a experiência e a proximidade com o alimento. “Temos, habitualmente, um número de produção média/ano de 100 mil dúzias”, diz o filho Leonardo.

Em funcionamento desde 1987, a fazenda foi uma das primeiras nos estudos realizados em parceria com a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), contribuindo para o avanço da produção. Essa experiência deu origem ao Freguesia Oyster Bar, comandado por Leonardo, que transformou o cultivo em gastronomia. “Após 11 anos dedicados ao cultivo, decidimos abrir o restaurante com o objetivo de ensinar as pessoas a apreciar as ostras”, conta.

As ostras deram a Florianópolis o título de Cidade Criativa Unesco da Gastronomia, e os investimentos começaram com o objetivo de ampliar as fontes de renda dos pescadores, que na época receberam as primeiras sementes para cultivar aquilo que, anos depois, seria um dos pilares da economia manezinha.

O diferencial daquilo que é produzido na Capital rendeu até mesmo o pedido por um selo de identificação geográfica, ação que tem como objetivo evidenciar a exclusividade das ostras. Com 292 produtores de moluscos, Santa Catarina produziu 1.707 toneladas de ostras do Pacífico em 2023, de acordo com dados da Epagri.

Desse total, Florianópolis ocupa a primeira posição, com 1.312 toneladas, seguido de Palhoça (194 toneladas), e São José (178 toneladas). No caso das ostras nativas, foram produzidas 25 toneladas, sendo Florianópolis responsável por 24 toneladas, liderando o ranking.

Prontos para mais uma Festa da Ostra

A Fenaostra começa hoje com a expectativa de aumentar em 20% o faturamento em comparação com o ano anterior, e terá abertura para o público às 11h, com cerimônia às 19h. O festival da ostra segue até o próximo domingo (8), no CentroSul.

A estimativa de público é de 70 mil pessoas, um aumento de 16,6% em comparação com o ano anterior, quando 60 mil prestigiaram o evento, de acordo com a The Bem Agência, empresa responsável pela comunicação.

Entre restaurantes e quiosques, 14 estabelecimentos estão confirmados no festival. Para quem participa das edições desde o início, caso do Freguesia, esse é o momento de intensificar as produções.

“A Fenaostra é um evento importante para o setor produtivo. É o ponto alto do ano. Passamos alguns meses produzindo exclusivamente para o evento”, diz Leonardo. O restaurante apresentará 12 opções aos visitantes, incluindo uma ainda não testada na Fenaostra. “É um prato fresco, leve, então acredito que o ceviche vai chamar muito a atenção das pessoas”, conta o empresário.

Para estreantes como o Barracuda Restaurante, a expectativa é de vender cerca de 2.000 pratos, destacando combinações de ostras e frutos do mar. Ao longo dos seis dias de evento, o gerente financeiro, Leontino Luís Cabral, estima um faturamento de R$ 170 mil.

A venda de bebidas alcoólicas e a opção do “prato manezinho”, no valor de R$ 35, são alternativas que devem movimentar o consumo. A entrada é gratuita durante o dia e as atrações musicais noturnas são pagas. A Fenaostra terá na decoração itens da cultura açoriana, além de espaço para crianças e uma feira de artesanato com 60 expositores.

Números do setor produtivo

Santa Catarina

  • 292 produtores de moluscos
  • Total de ostras: 1.707 toneladas

Microrregiões Florianópolis — 1.689 toneladas

  • Florianópolis – 1.312 toneladas
  • Palhoça – 194 toneladas
  • São José – 178 toneladas

Itajaí e Joinville — 18 toneladas

  • Microrregiões Itajaí – 14 toneladas
  • Microrregiões Joinville – 4 toneladas

(ND, 03/12/2024)

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