Em Florianópolis, a Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa recebeu, na manhã desta terça-feira (28), informações sobre a escolha da Capital como uma das dez cidades brasileiras que vão participar de um projeto-piloto de implantação dos Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) no país. A capital do estado foi selecionada pelo Ministério do Turismo.
De acordo com o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do ministério, William França, o uso da internet, da inteligência artificial, a implantação da banda 5G no sistema de telefonia celular e a conectividade, vão atingir positivamente a indústria do turismo.
– É uma área econômica formada por 53 segmentos segundo o Sebrae -, comentou. Segundo ele, antes da pandemia, o turismo respondia por 7.9% do PIB nacional.
– O País tem acordado para o fato que o turismo gera emprego e renda. Só em empregos diretos, eram quase oito milhões de vagas diretas e 25 milhões indiretas antes da pandemia – citou.
Mas, para avançar, o setor precisa se adequar às mudanças tecnológicas, avaliou França. O programa de DTIs prevê que as cidades tenham a tecnologia a favor do turista.
– Ele terá tudo na palma da mão quando estiver em Florianópolis. As facilidades, acessos, transporte, rotas, questões de saúde e segurança. Por outro lado, a informação é ferramenta preciosa para o trade turístico. Com esses dados fornecidos pelos visitantes, os empreendedores locais podem direcionar seus investimentos -, contou.
O ministério fez em 2019 um ranking inicial de cinco destinos e a capital catarinense já estava incluída.
– Foram levados em conta municípios que já estavam trabalhando neste mesmo sentido ou tinham vocação. Por orientação da Organização Mundial de Turismo foi contratada uma empresa espanhola, por licitação internacional, que vai implantar o sistema -, informou o secretário. Inicialmente previsto para cinco cidades, o sistema atenderá 10. Além de Florianópolis, vão ser beneficiadas Curitiba (PR), Rio Branco (AC), Palmas (TO), Recife (PE), Salvador (BA), Campo Grande (MS), Brasília (DF), Rio de Janeiro e Angra dos Reis (RJ).
A previsão é que a rede seja estabelecida até o fim deste ano, com regras e orientações gerais. De acordo com França, o próprio município é que vai mapear as áreas de visitação e fornecer os dados para alimentar o sistema.
– A cidade vai gerenciar o plano de trabalho. A prefeitura vai ter que apontar o que precisa melhorar, enquanto a Câmara de Vereadores, a Alesc, as entidades do Terceiro Setor têm que se engajar -, informou.
Fatores como gestão do lixo, acessibilidade, questões climáticas, mobilidade e transporte e segurança pública são itens que também estão incluídos no programa. Julia Zanatta, coordenadora da Embratur para o Sul do País, comentou que toda essa transformação vai precisar de apoio político, até para adequar legislação.
– Os gestores municipais acordaram para o turismo -, avaliou. Na opinião dela, se o poder público ajudar, estimular a criação de empreendimentos e se mostrar favorável, o turismo se tornará ainda mais uma das melhores formas de arrecadar.
A deputada Marlene Fengler (PSD) disse que a escolha da capital “é natural”, por ser um polo de inovação e tecnologia.
– Isso só engrandece Florianópolis e vai qualificar nosso turismo -, disse. Para ela, como a capital catarinense não tem somente praias para oferecer, o sistema é uma ferramenta muito importante.
O deputado Nazareno Martins (PSB) demonstrou preocupação em relação às limitações da tecnologia. Citou como exemplo a cidade de Urupema, na Serra.
– É um destino de turismo de inverno, por causa da neve, mas não há sinal de celular -, lamentou. O secretário do Ministério de Turismo sugeriu que a Alesc convide a Secretaria Nacional de Telecomunicações para debater o tema.
– Mas com a chegada da tecnologia 5G isso vai mudar -, concluiu.
(Tudo Sobre Floripa, 28/09/2021)
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