Avanços e retrocessos da política ambiental, a responsabilidade sócio-ambiental, o pacto da agricultura familiar e a situação da Mata Atlântica foram os temas abordados no primeiro debate do seminário sobre Mudanças Climáticas e Desastres Naturais. O evento, promovido pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Décio Góes (PT), em conjunto com a Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, presidida pela senadora Ideli Salvatti (PT/SC), aconteceu na sexta-feira (14) no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Promotor de Justiça e coordenador-geral do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Souto fez uma abordagem da legislação ambiental vigente e a desordem proveniente do que estipula a Constituição Federal em contrapartida às leis dos legislativos estaduais. Para Luiz Eduardo, “o Código Florestal Brasileiro, o Código Ambiental de Santa Catarina e os planos diretores municipais estão em constante conflito, se apoiando em conceitos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto em detrimento da preservação e da sustentabilidade ambiental”.
Preocupado com a falta de planejamento urbano e com a ausência do poder de polícia para fiscalização, o promotor afirmou que tais pendências acarretam em expansão urbana desordenada, crescimento populacional não planejado e, consequentemente, alterações climáticas. Entre as ações do Ministério Público catarinense para coibir o avanço de problemas como os sinalizados estão: o congelamento de áreas urbanas consolidadas, proposição de uma urbanização planejada, política de educação direcionada, implantação de compensação ambiental, manejo agroflorestal, preservação de recursos hídricos e fiscalização com poder de polícia.
Ivo Bucaresky, chefe de gabinete do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, direcionou seus argumentos para o Pacto da Agricultura Familiar, uma carta subscrita por representantes do segmento, como Contag, Fetraf, CUT e MPA, que servirá de base para um grande acordo entre a ecologia e a agricultura familiar. A base do texto traz critérios já previstos em lei com o objetivo de facilitar a vida do pequeno agricultor, sobretudo em relação à averbação de terra, ou seja, o registro da área de reserva legal, que, com o pacto, poderá se somar à Área de Preservação Permanente (APP).
Segundo Bucaresky, o pacto visa impedir a destruição das matas ciliares, incentivar as reservas legais, propor uma acessibilidade responsável, bem como uso sustentável e manejável. O palestrante também enfatizou que Santa Catarina, como estado destacado no setor de agricultura familiar, tem grande interesse neste processo. Porém, ele criticou a aprovação do Código Ambiental do Estado, ao qual chamou de “retrógado, inconstitucional e que fere a unidade nacional”.
O código também foi alvo de críticas do diretor de Mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Montovani. Ele rechaçou o fato de no estado, “onde não prosperou a idéia do ICMS ecológico, prosperar a iniquidade e insensatez de um código estadual”. Em sua opinião, o desmatamento da Mata Atlântica em Santa Catarina é uma ação preponderante em relação aos desastres ambientais dos quais o estado tem sido vítima. “Entre 2005 e 2008, portanto mesmo depois da implantação dos avanços da Lei da Mata Atlântica, em 2006, o Brasil destruiu mais de 100 mil hectares de floresta, o que mostra que ainda existe uma política equivocada de preservação”, afirmou.
Montovani, fazendo uma abordagem econômica do problema, argumentou que o Brasil não aparece entre os 90 principais destinos turísticos do mundo por conta de uma não valorização de seus destinos naturais. Uma iniciativa muito pouco explorada no território nacional e que garante a países como a Costa Rica milhões de visitantes, ano após ano.
Na mesma direção, o diretor-geral da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, discorreu sobre a necessidade de mudanças nas políticas relativas às florestas brasileiras por parte do governo federal. Ele defendeu uma visão estratégica, também voltada ao setor econômico, que se baseia no fato de que a floresta vale mais em pé do que derrubada. “As florestas são fundamentais na geração de energia, produção do agronegócio e abastecimento de água urbana. É preciso conservar por interesse nacional e disseminar uma valorização do carbono florestal”, disse.
Viana acredita que mudanças de comportamento que diminuam nossas demandas, compromissos de pagamento por cumprimento de metas de seqüestro de carbono e um novo acordo de clima, que estimule economicamente a preservação, são passos fundamentais para uma mudança real. “Estas ideias podem surgir a partir de um debate legislativo que defenda um tratamento tributário para o carbono, um sistema de pagamento por serviço ambiental e uma revisão de políticas inter-setoriais”, concluiu.
(ABN, 17/08/2009)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |