Com o tema “A cidade ideal”, inspirado na pintura renascentista de Piero della Francesca, a conferência acontece desde segunda (10/06) e vai até sábado (15/06), tendo como destaque a criatividade como recurso para construir as cidades do futuro, transformando os desafios em oportunidades de inovação e imaginação. O objetivo da conferência é fazer com que as cidades criativas destaquem suas experiências e ilustrem as maneiras pelas quais a cultura está no centro das narrativas e planos para o desenvolvimento urbano sustentável.
Por isso, cada local está apresentando seus pontos de vista, esforços, iniciativas e medidas para criar condições para cidades se tornarem inclusivas, criativas e sustentáveis. Essas experiências são uma contribuição para a Agenda Global das Nações Unidas 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. São compartilhadas estratégias de desenvolvimento e planos para promover o engajamento intergeracional, o respeito à diversidade, fomentar o acesso, estimular a inovação e parcerias, resiliência, crescimento sustentável e sustentabilidade ambiental.
O encontro também tem o propósito para impulsionar a pesquisa e a inovação baseadas em tecnologias e conhecimentos tradicionais, essenciais para apoiar a ação da Rede de Cidades Criativas para promover políticas culturais inclusivas a partir de uma política intersetorial mais ampla. De acordo com o chef Daniel Paiva, representante da Associação FloripAmanhã na conferência, a sustentabilidade está presente em todas as discussões. “Se eu pudesse definir o evento todo em uma palavra seria essa”.
Na área da gastronomia, a sustentabilidade deve passar por toda a cadeia, desde a produção, cultivo, cuidado do solo, com agrotóxico, desperdício de alimentos no transporte, até o momento em que chega ao restaurante. A montagem do cardápio deve ser feito valorizando a gastronomia local com ingredientes de produtores locais para fazer girar a economia de cada cidade. “Dentro da gastronomia agora existe uma nova visão, que é um desvio da visão que se tinha de glamourização por intermédio do chef na gastronomia”, conta Paiva.
O chef citou a Itália como exemplo de país que valoriza os produtos locais. De acordo com Daniel Paiva, os italianos já trabalham a questão há anos com os vinhos, de origem controlada e orientada e estão levando isso há algum tempo para os alimentos. Ele conta que para estampar numa lata de molho de tomate como original da Itália, tudo tem que ser feito no país, desde o molho, o tomate, até o papel do rótulo e a embalagem. “Não pode ser o papel da China, lata da Ucrânia, tomate da Polônia, processar e embalar na Itália. Tudo tem que ser feito no país e isso é uma visão muito grande marketing, primeiramente e depois de sustentabilidade”, conclui.
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