O prefeito Gean Loureiro, que participou do encontro, ressaltou a importância da economia criativa como “carro chefe do futuro”, com potencial para reacender o turismo na cidade e diminuir a sazonalidade. Ele citou como exemplo o “Floripa Conecta”, uma iniciativa programada para agosto deste ano, que deve promover cerca de 100 eventos relacionados com economia criativa e inovação. A presidente da FloripAmanhã, Anita Pires, lembrou que a rede mundial tem 28 cidades criativas em gastronomia e somente Florianópolis e Ensenada, no México, são coordenadas por ongs com a chancela da UNESCO, no caso da capital catarinense pela FloripAmanhã, em conjunto com a prefeitura e outras entidades.
Florianópolis foi a primeira cidade brasileira a ser aceita na Rede na categoria gastronomia, e esse pioneirismo, experiência e o exemplo de liderança capitaneado pela presidente da Associação FloripAmanhã foram destacados pela representante da UNESCO no encontro, a coordenadora de Cultura da UNESCO, Isabel de Paula. “É muito importante esta parceria do poder público com a sociedades e ONGs, a criatividade só pode florescer em ambientes onde há essa cooperação”, discursou.
Outro destaque do evento foi o compromisso assumido pelo Ministério do Turismo, representado pelo Secretário nacional de integração interinstitucional, Babington dos Santos, de constituir um Grupo de Trabalho para discutir políticas públicas de apoio a Rede brasileira de cidades criativas.
Estão participando do encontro as oito cidades brasileiras da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, criada em 2004, com o objetivo de promover a cooperação internacional entre as cidades que tem a criatividade como uma estratégica e um impulsionador para a recuperação e o desenvolvimento urbano sustentável. Durante o encontro elas expuseram as suas experiências. As cidades são: Florianópolis, Belém e Paraty (cidades criativas no segmento gastronômico); Brasília e Curitiba (design); João Pessoa (artesanato); Salvador (música); e Santos (Cinema). Também participam três municípios em processo de candidatura: Belo Horizonte, São Paulo e Fortaleza. Estiveram presentes ainda representantes da UNESCO Brasil, do ministério do Turismo, da Cultura, do Sebrae Nacional e integrantes do Grupo Gestor e da Confraria do Programa Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia.
A coordenadora de Cultura da UNESCO Brasil, Isabel de Paula enfatizou que o mais importante para uma cidade criativa não é o selo da UNESCO, mas sim “o compromisso de colocar a cultura como campo importante para o desenvolvimento urbano sustentável, acelerador do crescimento”, disse Isabel, ressaltando ainda que a UNESCO está em contato com Embratur e Apex para promover o Brasil e atrair investimentos e negócios para as cidades criativas. O secretário nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo, Babington dos Santos lembrou que fortalecer a rede é um tema que deve ser abordado com mais profundidade pelo governo federal.
O presidente da Fecomércio SC, o empresário Bruno Breithaupt destacou o trabalho do Observatório da Gastronomia, “que amplia a possibilidade de, através da gastronomia, colocar Florianópolis no mapa do turismo internacional”. A coordenadora-geral de Meio Ambiente, Cultura e Economia Criativa do Ministério do Turismo, Nicole Facuri, ressaltou que o turista passa a querer experiências e valoriza a cultura local.
A capital catarinense passou por um processo de candidatura de cinco anos para conseguir integrar a Rede de Cidades Criativas. Várias entidades estão integradas no trabalho da Rede com a FloripAmanhã e a PMF: Fecomércio, Sesc e Senac, Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares de Florianópolis/SHRBS, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes/ABRASEL-SC, o Instituto Federal de Santa Catarina/IFSC, a Universidade Estácio de Sá, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o CEART/UDESC, a UNISUL, o SEBRAE/SC, o Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau, a CDL de Florianópolis, a ACATE e a API de Turismo e Economia Criativa de Florianópolis.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da PMF, Marcus Rocha, apresentou o que a cidade vem fazendo na área da gastronomia, como a criação do Observatório da Gastronomia, para juntar e consolidar as informações no portal e compartilhar com Belém e Paraty; a revisão da governança, para que seja menos suscetível a questões políticas e a divisão de responsabilidades, trazendo a lógica do ecossistema de inovação para a gastronomia.
Também foi apresentado o trabalho da Confraria, que desde 2016 reúne os agentes da cadeia produtiva; a Fenaostra, que em 2019 acontecerá em 6 de setembro, com a realização de cooking shows; a criação de uma planta piloto, ainda em 2019, para o beneficiamento das cascas de ostras, mariscos e mexilhões, para uso na construção civil; o South food Lab, laboratório de gastronomia criativa; o projeto Nossas Frutas, para incentivar o consumo de frutas; o projeto Tekoá, de turismo de base comunitária; o Mesa Brasil, do Sesc; o projeto L’Imigrantes, do Senac, para inserção de imigrantes através da gastronomia.
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