Um complexo multiuso, onde vão circular diariamente cerca de 30 mil pessoas e com capacidade para acomodar confortavelmente 40 mil torcedores nos jogos do Figueirense. É o que promete o clube com a construção da “Arena” , um arrojado projeto que em quatro anos vai ocupar toda a área do atual estádio Orlando Scarpelli e boa parte das imediações. “Será um empreendimento auto-sustentável. O fluxo de pessoas no estádio nos dias de hoje se limita aos quatro jogos por mês. Passaremos a contar com milhares de pessoas todos os dias”, compara o coordenador técnico do projeto, Carlos Gonzaga Aragão.
As inovações vão além do anteprojeto apresentado no ano passado à imprensa. Apenas o gramado do estádio, recentemente implantado, será reaproveitado no novo complexo. O Scarpelli vai ser demolido. “Trata-se de um projeto muito mais abrangente. Vai atingir a coletividade por meio de um plano urbanístico muito planejado”, salienta Aragão. Serão 60 mil metros quadrados de área construída, o que representará um investimento de US$ 35 mi-lhões, valor previamente orçado para a hipótese do estádio vir a sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. Caso contrário, o investimento cairá para US$ 28 milhões. “Independente do Brasil sediar a Copa do Mundo ou Florianópolis deixar de ser uma das subsedes da Copa, o projeto sairá”, assegura Aragão.
Ele informa que além de uma praça esportiva, o complexo vai comportar espaços comerciais, praças de alimentação, área familiar recreacional, estacionamentos cobertos, shopping (com 120 lojas) e escritórios. Locais para shows e eventos culturais, três salas de cinema e centro de convenções também fazem parte do projeto. O estádio reconstruído terá 32 metros de altura, o equivalente a um prédio de oito andares.
Nas partidas, os 40 mil espectadores estarão distribuídos em vários ambientes. Serão 150 camarotes. As arquibancadas serão divididas em setores numerados. Em cada um, cadeiras retráteis personalizadas, com braços, vão compor o anel principal. A arquibancada inferior, por exemplo, terá capacidade para 17 mil torcedores; as intermediárias e cobertura 7 mil cada, e as sociais 8 mil acomodações. Os escritórios (área vip), área superior do estádio, terão visão privilegiada. Inicialmente, a idéia é de usar o ambiente como comercial no dia a dia e transformá-lo em camarotes privativos durante os dias de jogos. Cerca de 1,2 mil lugares serão reservados para uso das autoridades e imprensa. (Colaborou Diogo Vargas)
Construção vai começar só no início de 2008
O Figueirense vai lançar um plano de comercialização dos espaços da nova arena. De acordo com Aragão, o clube apresentará em março do ano que vem o projeto definitivo do empreendimento. É quando Florianópolis também se apresentará junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como candidata a subsede.
No calendário de obras, a previsão é de que no início de 2008 seja iniciada a construção, com a conclusão prevista para o final de 2009. A inauguração deve acontecer em 2010, por ocasião da disputa da Copa América, que possivelmente será realizada no Brasil. Em 2012, a previsão é de que o complexo possa sediar os jogos da Copa das Confederações e dois anos depois, as partidas da Copa do Mundo, caso o Brasil venha a ser confirmado como sede da competição.
Plano diretor
A aprovação do plano diretor da Capital é, inicialmente, o principal entrave na consolidação do empreendimento. Na última semana, os dirigentes do Figueirense deram entrada na câmara municipal de Florianópolis a um requerimento pedindo a mudança da área, considerada verde, onde hoje está instalado o estádio, para área comunitária institucional.
A modificação do zoneamento vai permitir a continuidade do projeto, desde que o requerimento seja aprovado no legislativo. No mês que vem o projeto entra em primeira votação. Após o recesso de janeiro da câmara, o projeto volta à pauta em fevereiro. Com a licença garantida, o Figueirense oficialmente apresentará o projeto de construção da obra, bem como o calendário de viabilidade à CBF.
Moradores aprovam valorização do entorno
Nos arredores do estádio Orlando Scarpelli é difícil encontrar quem não apóia a iniciativa de mexer na legislação em favor do Figueirense. O assunto ganhou as casas, bares, pontos-de-táxi e ônibus nas últimas semanas. Sobram críticas ao jeitinho político, mas há expectativas com a possibilidade de valorização da área, no Estreito.
Enquanto a polêmica ainda está no papel, sem um parecer definitivo, a população mostra já ter sentido a mobilização no município. O taxista Aimarte Gregório dos Santos Filho, 52 anos, morador da região, acredita que a atitude no meio político em alterar o zoneamento para viabilizar o projeto do estádio movimentará o Estreito. “Não tenho nada contra. Estão falando que vão construir lojas e pontos comerciais. Tomara que aumentem os empregos”, espera.
O taxista diz que os receosos com a ação se preocupam em ter as suas casas diminuídas pela obra ou que o empreendimento traga a criminalidade para o bairro. A dona-de-casa Izabel da Silva, 42 anos, proprietária de uma residência em frente ao Scarpelli, pensa diferente. “Eu acho que a área será valorizada. Afinal, cada um puxa a sardinha para o seu lado”, brincou.
A polêmica do novo estádio do Figueirense começou em outubro na Capital. Os vereadores discutiam o Plano Diretor e os pareceres contrários da Comissão de Constituição de Justiça aos projetos que mudavam o zoneamento da cidade. A grande quantidade de pedidos para alterações – mais de cem- e as suas conseqüências ao município geravam críticas sobre os administradores públicos, que resolveram então negar todas as solicitações até que o novo Plano Diretor seja concluído. Mas os dirigentes esportivos pressionaram os vereadores e tiveram a garantia de que o empreendimento ganhará apoio em uma legislação específica (Área Comunitária Institucional).
O estádio atual do Figueirense foi construído na década de 60 em área considerada “verde” e o clube contava com a alteração do zoneamento e a legalização do espaço para fazer as reformas e ampliações necessárias. A intenção é atender às exigências da Fifa para ser uma suposta sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014, que deverá ser no Brasil.
(Júlio Castro, A Notícia, 12/12/2006)
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4 Comentários
Parábens ao Figueirense e Florianópolis pela monumental arena multiuso.
Garantia de aumento de emprego e lazer a populaçaõ
Poucos clubes do futebol brasileiro possuem a organização do Figueirense.
Os grandes estão sonhando no passado glorioso.
Temos que apoiar este projeto que trará muitos benefícios econômicos e sociais para a região do Estreito e Florianópolis, além de promover o reconhecimento esportivo que SC merece há tanto, com a possibilidade de sub-sediar a Copa do Mundo 2014, bem como outros importantes eventos esportivos que virão a acontecer no Brasil.
Floripa carece de uma infra-estrutura do porte da Arena Multi-uso, que possibilitará a gerarão de renda e o consequente aumento dos índices econômicos e sociais, que em contra-partida, também refletirão positivamente no plano ambiental.
Sinceramente, sonho com este contexto, o contexto da sustentabilidade com a contemplação efetiva de todos os seus aspectos(ambientais, econômicos, socias e culturais). No entanto a realidade tem seus meandros, que devem ser discutidos por todos os integrantes da comunidade, sejam elas de iniciativa privada, pública ou por meio de entidades representativas das comunidades locais como ONG’s, Grêmios, Associações… O envolvimento de todos os atores, deve acontecer, pois assim, evitar-se-á as decisões unilaterais, as quais normalmente tendem à influências políticas e econômicas.
Por fim, só tenho a parabenizar ao Figueirense Futibol Clube e a linda Florianópolis pela ousadia de implantação de um centro multi-uso aos moldes dos mais modernos internacionalmente.
Muito obrigodo Srº Drº Paulo Prisco Paraiso por ter permitido a Nação Alvinegra esse manifesto.
Acredito que com sua perseverança e Ciência Administrativa, seremos em breve moradores da mais linda cidade do mundo.
Venha “Estádio Orlando Scarpelli Prisco Paraiso”.