– A TV digital chega ao Brasil e traz junto com ela uma série de dúvidas que ainda apenas começam a ter suas respostas esboçadas. Em Santa Catarina, a nova era digital deve ter início em 2009, mas as mudanças, a princípio e possivelmente, não serão lá grande coisa.
É o que revela o trabalho de conclusão de curso “Além da Tecnologia: Os conteúdos para a TV digital nas emissoras de Santa Catarina”, do acadêmico de Jornalismo Altair Magagnin Júnior. A pesquisa apresenta o que está sendo feito por cinco emissoras do Estado para se adaptarem ao novo modelo.
“Os profissionais afirmam que muita coisa deve mudar na produção dos programas, contudo, não no início. Em um primeiro momento só a melhora na qualidade da imagem e do som vai ser notada”, relata Magagnin.
Com relação aos equipamentos necessários para a transmissão no sistema digital, poucas emissoras catarinenses estão preparadas. A Rede SC é uma das mais avançadas e deve iniciar a operar digitalmente em Florianópolis em novembro de 2008. A Unisul TV também já possui tecnologia compatível às exigências impostas pela TV digital, mas deve levar mais tempo para começar a transmitir no novo sistema em função do processo de digitalização para fora das capitais ainda não ter sido nem autorizado.
Entre as dificuldades para a utilização de todos os recursos possíveis com a TV digital estão os custos. Não sai barato produzir conteúdo para os vários canais que cada emissora poderá ter, assim como não será fácil vender anúncios para esses novos espaços. A interatividade prometida também, a princípio, deve ficar restrita. De início, os aplicativos de interatividade serão bem simples ou até inexistentes, porém deverão tornar-se progressivamente mais interessantes e sofisticados. “A interatividade é a principal ferramenta que vai alterar os formatos, mas por enquanto, o caminho é longo até contarmos com as maravilhas que esta possibilidade vai oferecer. A interação será um problema no início, por não haver o feedback do público, como na TV analógica” observa Magagnin.
De qualquer forma, é válido esperar. O modelo brasileiro, importado do Japão, promete ser um dos mais avançados do mundo e as mudanças devem acontecer com o tempo.
“A TV digital não é comparável à passagem da televisão preto e branco para cores, é mais que isso, é a própria reinvenção. Ocorre que, como nos primeiros dias desta mídia, quando a dúvida era geral, agora a situação vai se repetir. O show continuou e assim também vai acontecer com a TV digital. Mobilidade, interatividade, vendas instantâneas, programação exclusiva, novos formatos, tudo isso vem, aos poucos, mas vem” analisa Magagnin.
Fonte: Unisul
(Diário Catarinense, 17/12/2007)
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