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Rompimento de adutora chama atenção para a preservação dos rios Pilões e Cubatão

A tranquilidade do campo era um desejo antigo do pintor Nelson Xavier, 50 anos. O sonho de plantar uma horta com verduras e temperos orgânicos foi realizado há dois anos, quando mudou para o bairro Alto Aririú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Como parte dos moradores da região, hoje ele tem o privilégio de dormir com o barulho da correnteza do rio Cubatão.

Um dos principais mananciais de água do Estado, responsável por grande parte do abastecimento da Região Metropolitana da Capital, o rio é importante na vida de Xavier. No verão, do quintal de casa, aproveita as águas refrescantes para nadar. Além disso, utiliza o trecho para praticar canoagem. “Foi a melhor decisão vir morar neste lugar. Ter à porta um presente da natureza como esse é recompensador. Impossível ficar estressado aqui”, comenta.

Era com as águas dos rios Cubatão e Pilões, já tratadas e entregues pela Casan (Companha de Água e Saneamento do Estado), que Maria Isabela, neta de Xavier, teria o seu primeiro banho, aos cinco dias de vida. No dia em que a mãe, Jéssica Kathryn, 19, recebeu alta da maternidade, o abastecimento da região havia sido interrompido. Um deslizamento de terra, no último domingo, provocou o rompimento da adutora que capta a água do rio Pilões. Uma grande parte da região ficou mais de 72 horas sem uma gota na torneira. Mesmo ao lado do rio, o avô não conseguiu improvisar. Comprou água mineral para a filha e para a neta que chegaria na casa. “Tive ela prematura, ficamos alguns dias no hospital e no primeiro dia que cheguei em casa não tínhamos água. Usamos lenços umedecidos e paninhos com garrafas de água. Sei que estavam arrumando o lugar, mas o primeiro banho ela só teve depois”, comenta a mãe.

Casan projeta mudar traçado de adutoras

O rompimento da adutora de 800 milímetros que capta a água do rio Pilões deixou exposta a fragilidade do sistema de abastecimento da Grande Florianópolis diante de questões climáticas, como os deslizamentos de terra. Embora a Casan não tenha como prever determinadas situações, vem investindo em projetos alternativos para minimizar os riscos.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 27/05/2017.

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