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Casan põe culpa em extração de areia

Retirada de material no Rio Cubatão teria causado excesso de alumínio na água distribuída pela estatal

O presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Walmor De Luca, responsabilizou a extração ilegal de areia do Rio Cubatão pelo excesso de alumínio na água da Capital. Esta semana, nos 20 exames realizados pela companhia, sete apresentaram alteração.

Em entrevista coletiva realizada na tarde de ontem, De Luca disse que, de noite, os índices de alumínio na água são maiores do que durante o dia. Um dos motivos para isso ocorrer seria que a extração clandestina de areia, realizada em horários noturnos, retira o alumínio do leito do rio. A substância corre com a água até a estação de tratamento.

A estação de Palhoça purifica águas vindas do Rio Cubatão e do Rio Pilões. O problema ocorreria apenas com a água do Cubatão, já que esse rio corre por solos ricos em alumínio.

Além de a água estar com excesso de metal, dois dos 12 filtros da estação de tratamento apresentam problemas. As membranas de plástico que filtram a água estão rompidas em alguns pontos, deixando as partículas da substância passarem. Elas serão trocadas em um prazo de três meses. Até lá, será utilizado cloreto de ferro no lugar do sulfato de alumínio.

De Luca fez questão de frisar que a quantidade de alumínio presente na água não prejudica a saúde da população. De acordo com o Ministério da Saúde, a cota de 0,2 miligrama do metal por litro de água permitida por lei seria associada a critérios estéticos e de sabor. Para apresentar risco a saúde, a concentração da substância precisaria ser superior a 3,5 miligramas por litro. Em Florianópolis, foi registrado até 0,5 miligrama.

Presidente diz que houve exageros

O presidente da Casan também falou que sempre soube do excesso de alumínio e que técnicos da empresa estavam procurando a causa do problema. Mas que “sabia que (o excesso do metal) não provoca risco à saúde”.

Antes de a entrevista começar, De Luca ofereceu balas à imprensa. Mais tarde, disse que cada uma delas possuía 800 miligramas de magnésio de alumínio. Disse que a imprensa pecou ao alertar a população sobre o excesso do metal na água fornecida pela Casan e que isso “só pode interessar quem vende água mineral”.

Luciana Ribeiro, DC, 12/09/2008)

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