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Oficinas do Plano Diretor de Florianópolis têm pouca adesão da comunidade

Apesar da cobrança de anos sobre diretrizes que ordenem a ocupação e o crescimento urbano de Florianópolis, o anúncio da prefeitura de entregar o projeto do Plano Diretor no próximo dia 18 à Câmara de Vereadores tem sido reprovado por lideranças locais, no modelo de oficinas distritais adotados ao invés de audiências públicas, como queria o Núcleo Gestor Municipal. Entre as reclamações estão a falta de informações sobre o anteprojeto, a exclusão do Núcleo Gestor e o pouco tempo para se discutir questões mais pontuais.
Como é o caso de uma área na praia do Matadeiro, que segundo os moradores prevê a mudança de Áreas de Preservação Permanente e até mesmo a construção de uma ponte para acesso de carros à praia, o que é contestado pela Associação de Moradores e Amigos da Praia do Matadeiro. Ou como na situação da redução de áreas verdes na região continental, que hoje é de 0,5 m² por habitante. Passando ainda pela falta de discussões acerca do saneamento e do aumento da capacidade de bairros como Itacorubi. “O que está sendo apresentado é um macrozoneamento, mas queremos um microzoneamento, com detalhes, mapas dos limites ambientais e tudo mais”, defende Robson Alves, de Santo Antônio de Lisboa.
Numa tentativa de tirar logo os planos do papel e colocar em prática, desde o dia 25 de setembro a prefeitura tem realizado oficinas distritais para esclarecer os aspectos técnicos do Plano Diretor Participativo. Os encontros são conduzidos por técnicos do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano) que vão realizar até o dia 17 deste mês pelo menos dois encontros em cada região distrital. “O espaço de tempo que temos é muito curto para discutirmos questões tão importantes. Em pouco mais de 18 dias não é possível concluir esta discussão como querem”, reclama a arquiteta Jaqueline Andrade, 29 anos, moradora de Santo Antônio de Lisboa.
O ecologista Gert Schinke, que representava o Pântano do Sul no Núcleo Gestor diz que o Ipuf errou ao excluir o grupo eleito pela sociedade civil. “Foi um ato de infantilidade do secretário. Nós queríamos um calendário mais longo, com audiências públicas locais, até para que o projeto chegasse à Câmara com aquilo que foi escolhido pela população”, disse o professor que não está acompanhando as reuniões como forma de protesto.
Entre os dias 9 e 15 deste mês serão realizadas as reuniões regionais (Norte, Sul, Leste e Central/Continental) que antecederão a audiência pública do dia 17, quando a prefeitura espera concluir todos os pontos do projeto para encaminhar ao legislativo.
(ND, 03/10/2013)

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