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Governo do Rio de Janeiro impede construção de resort em área de preservação, em Búzios

O investimento era alto, com planos grandiosos. Dona do Copacabana Palace e de outros 33 cinco-estrelas em seis continentes, a rede hoteleira de luxo Orient Express teve vetado pelo governo do estado seu projeto de construir um resort na Praia Azeda, minúscula faixa de areia em Búzios.
“O projeto é sensacional, só que está no lugar errado”, diz o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. Os planos da Orient Express previam a construção, numa área de 18,5 hectares, de 42 suítes, divididas em catorze bangalôs de dois andares, duas suítes master (com 160 metros quadrados) e nove casas (com 450 metros quadrados). O investimento seria de 70 milhões de reais e a inauguração estava prevista para o verão de 2011.
“Se eu concedesse a licença, estaria ajudando a acabar com a última praia selvagem de Búzios”, justifica Minc, que pretende tombar a área. “Estamos tomando todas as medidas para que o hotel não seja erguido. Com o tombamento, mesmo que eles consigam a licença com outro secretário, ou que tenham alguma vitória na Justiça, não poderão construir.”
A Praia Azeda é uma Área de Preservação Ambiental (APA). O terreno foi comprado pela Orient Express em 2006 de investidores que haviam desistido de construir ali um condomínio de casas de luxo por causa da oposição de grupos ambientalistas. Em dezembro daquele ano, a ONG Viva Búzios conseguiu liminar suspendendo a concessão de licenças para obras no local.
“A decisão do governo é uma vitória, mas sei que de um dia para o outro tudo pode mudar”, diz Gabriel Gialuisi, presidente da Viva Búzios. Como a rede Orient Express ainda não decidiu o que fará com o projeto, a batalha pela Praia Azeda pode ter novos rounds.
Fonte: Fernando Lemos/Revista Veja Rio
(Planeta Sustentável, 09/04/08)

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