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18/03/2008
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18/03/2008

Em tempos de preocupação com a preservação ambiental, as soluções sustentáveis entram em pauta como uma alternativa a produtos que, hoje em dia, agridem o meio ambiente. Atentas a essa demanda, as universidades brasileiras investem na pesquisa de produtos e serviços e tecnologias ecologicamente corretas.
Móveis obtidos através de matérias-primas que seriam descartadas, agredindo a natureza; residências que utilizam tecnologias que geram energia sustentável; além de projetos de certificação ambientais, são algumas das soluções apresentadas para conter o avanço do aquecimento global e promover um melhor aproveitamento dos recursos naturais.
Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a busca de uma resposta ao desperdício de energia levou à participação acadêmica no projeto da “Casa Eficiente”, que se destaca pelas soluções criativas para o uso racional dos recursos naturais. Construída em parceria com a Eletrobrás e Eletrosul em Florianópolis, ela foi projetada nos mínimos detalhes, seguindo os conceitos de eficiência energética, adequação climática e uso racional da água.
“A casa tem células fotovoltaicas (que captam luz solar de dia e a aproveitam à noite), além de aquecimento natural dos ambientes internos (climatizados através de canos com água nos quartos)”, explicou o coordenador do projeto, Roberto Lamberts, do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (LabEEE/UFSC).
Com área útil aproximada de 206 m2, ideal para uma família de quatro pessoas, a casa está aberta à visitação no pátio da Eletrosul, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de soluções inovadoras e eficientes na construção civil com menor impacto ambiental. Porém, o protótipo – que custou R$ R$ 477.227,40 – ainda não foi disseminado no mercado.
“O preço pode ser elevado neste momento, mas acredito que daqui a cinco anos o mercado vai baratear essas tecnologias, especialmente a fotovoltaica. Vai depender de iniciativas governamentais, como leis de incentivo para o mercado se consolidar”, acredita Lamberts.
Etiquetas para eficiência energética de prédios – Outro projeto em andamento na UFSC é a classificação de edifícios quanto ao nível de eficiência energética por etiquetas – de ‘A’ (mais eficiente) a ‘E’ (menos eficiente). A regulamentação dos prédios segue três requisitos principais: sistema de iluminação, de condicionamento de ar e desempenho térmico da envoltória do prédio.
“Já regulamentamos motores elétricos, lâmpadas fluorescentes compactas, refrigeradores e aquecedores. Agora, seguindo a Lei 10295, da eficiência energética, estamos trabalhando em conjunto com vários ministérios e universidades pela certificação das edificações, para que se estabeleça limites no consumo energético”, ressaltou o presidente do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, Paulo Leonelli, do MME.
Um prédio comercial receberá “A” se utilizar aquecimento solar de água, com coletor e reservatório térmico que também tenham recebido a classificação máxima de eficiência. E se o edifício possuir mais de um elevador, deverá ser apresentado um controle inteligente de tráfego, que evite o desperdício de energia. A princípio, a adesão dos prédios às etiquetas será voluntária, mas a idéia é que se torne obrigatória em todos os prédios do país em construção “até meados do ano que vem”, segundo Leonelli.
“Nos Estados Unidos e na Europa os prédios são obrigados a apresentar o selo de compromisso ambiental para os compradores. No Brasil, será uma questão de tempo para o mercado”, disse.
Para Lamberts, consultor do grupo de trabalho do projeto, o momento é propício para implantar soluções sustentáveis para a construção civil. “O consumo energético nos prédios é grande. Precisamos correr para colocar esse projeto em prática porque o país está em desenvolvimento, e vai consumir cada vez mais energia. Espero que tenhamos uma trajetória de crescimento, em termos de consumo de energia, diferente do resto do mundo.” (JB Online)
(Ambiente Brasil, 18/03/08)

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