A empresa vencedora da licitação foi a Eliseu Kopp, depois do julgamento de recurso que eliminou a primeira colocada, a Engebrás
A Capital deve contar novamente com pelo menos parte dos equipamentos de fiscalização eletrônica até o dia 1º de fevereiro. Depois de um longo processo licitatório, o Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) anunciou, na tarde de terça-feira (10), a Eliseu Kopp e Cia Ltda como a empresa vencedora da concorrência pública. Com valor de R$ 192 mil fixos, mensais, a Kopp, durante 48 meses, é responsável por instalar e fazer a manutenção de 73 equipamentos, com 116 faixas fiscalizadas, 63 deles localizados na avenida Beira-mar Norte.
A Kopp tem 120 dias para colocar em funcionamento todos os aparelhos, contando do dia da assinatura da ordem de serviço, ainda sem previsão de acontecer. Segundo Maycon Rodrigo Baldessari, diretor de operações do Ipuf e autoridade municipal de trânsito, serão instalados três tipos de equipamentos. Além dos que identificam apenas avanço de sinal de parada na faixa de pedestre, há os que são acionados também pela velocidade. “Mas a novidade são os quatro ACRs, que são leitores de placas. Eles podem identificar carros furtados ou que tenham pendência no Detran (Departamento Estadual de Trânsito)”, explicou.
As multas previstas pelos ACRs não são geradas automaticamente, mas todos os dados são repassados instantaneamente aos agentes de trânsito, que analisarão a situação. O processo também prevê a instalação de painéis de mensagem móveis. “Eles podem mostrar alterações no trânsito e, até mesmo, o tempo que o motorista pode levar para fazer um trajeto. A programação é feita pela internet”, comentou Baldessari.
Recurso tirou a Engebrás do caminho
A espera de uma decisão final da Comissão de Licitação do Ipuf sobre a empresa que administraria os radares em Florianópolis se arrastava desde o dia 19 de dezembro. No dia 12, a abertura de envelopes revelou que a Engebrás seria a vencedora da licitação pelo menor preço: R$ 155 mil. Porém, a Kopp, segunda colocada no processo, entrou com recurso no dia 19 de dezembro. “A empresa alegava que o valor proposto pela Engebrás dava margem há várias interpretações. Pelo preço unitário, o valor podia ser menor ou maior. A comissão julgou o recurso e decidiu desclassificar a Engebrás”, explicou o superintendente em exercício do Ipuf em, José Carlos Ferreira Rauen.
A Engebrás não quis se pronunciar sobre o assunto. Apenas afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que não entendeu o que aconteceu e que está investigando o caso. A empresa garantiu que já se preparava para a instalação dos equipamentos na Capital. Agora, só resta à Engebrás entrar com recurso judicial para tentar reverter a situação.
Sem aparelhos, mas mortes e acidentes
No dia 17 de maio do ano passado, os serviços de radares em Florianópolis foram suspensos. Segundo Rauen, desde então, houve aumento de 50% no número de acidentes na cidade. Baldessari afirmou que a Beira-mar Norte, que não registrava nenhuma morte desde 2008, já contabiliza quatro desde o desligamento dos aparelhos. Com a vinda dos turistas, a situação fica ainda mais crítica. Entre 1º de dezembro e 10 de janeiro de 2012, os Bombeiros já atenderam 341 acidentes de trânsito. Nas rodovias estaduais, em Florianópolis, neste mesmo período, já foram registradas sete mortes.
Segundo o major Fábio José Martins, diretor de operação da PMRv (Polícia Militar Rodoviária), a maioria dos acidentes é causada pelo excesso de velocidade. “A fiscalização com radares portáteis diminui esses números. Mas a retirada deles também causa um aumento de acidentes graves. Hoje, excesso de velocidade não é mais uma exceção. Imprudência vira regra”, disse. Em 20 minutos, o major garante que a PMRv consegue registrar mais de 200 infrações com os radares. Na SC-401, os policiais afirmam que grande parte delas é praticada pelos turistas.
(ND, 11/01/2012)
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