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Do artigo de João Carlos Mosimann – Engenheiro e escritor (DC, 22/01/08)
Imaginem um empresário propor a geração de 5 mil novos empregos, por ano, em Veneza? Impossível, obviamente! Veneza está saturada e tombada! Ou no Havaí, nas Bermudas, na Ilha da Madeira, em Maiorca? Ou em Itaparica, Ilhabela e Ilha Grande, para ficarmos no Brasil? Impensável que interesses empresariais superem, nesses importantes templos do turismo, valores culturais, naturais e ambientais.
Não existe problema de emprego na Ilha de Santa Catarina, essa é a grande verdade. Metade dos empregos são ocupados por habitantes de outros municípios e os engarrafamentos nas pontes não deixam dúvidas. Necessário gerar empregos, mas nas cidades de origem deles. Os censos demonstram, ao contrário, que a Ilha é fonte de empregos para migrantes de outros Estados. E que é justamente a construção civil que atrai mais mão-de-obra sem qualificação.
No momento de proporcionar a infra-estrutura, são os empresários que reclamam do poder público, forçado a acompanhar o ritmo alucinado de ocupação desordenada da Ilha. Quem executou o acesso asfáltico às praias Brava e do Santinho? E quando o sistema de água revelou-se esgotado, chamaram a quem? Depois da exaustão dos bairros da Trindade, Córrego Grande, Santa Mônica e Itacorubi, o IPUF declara esgotada a capacidade das respectivas vias de acesso. Mesmo depois de concluído o viaduto de Itacorubi!
Onde estão os empresários que se aproveitaram da alteração oportunista dos gabaritos desses importantes bairros? Sumiram, como desapareceram aqueles que construíram o paredão da Avenida Hercílio Luz há 30 anos, o princípio de todo esse processo danoso! Privatizar lucros e socializar prejuízos parece ser o lema. O lucro é nosso e o contribuinte que pague a conta. E que sofra com os alagamentos, o trânsito caótico, a falta dágua, o cheiro de esgoto e o risco de apagão!

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