Com o incentivo ao projeto o município de Florianópolis investe na pesquisa e na busca de novas espécies de algas com valor comercial para disponibilizar aos maricultores.
O Projeto Macroalgas é uma parceria entre a Epagri, Universidade Federal de Santa Catarina e o IGEOF – Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis e é realizada através de recursos da Fapesc, do CNPq/MPA e da Prefeitura Municipal de Florianópolis. O projeto tem como meta, estudar a macroalgas da espécie Kappaphycus alvarezii como alternativa de cultivo nas áreas onde a poluição orgânica limita a produção e a comercialização dos moluscos e gerar oportunidades aos maricultores.
Dentre as macroalgas cultivadas, a K. alvarezii é uma das mais comercializadas no mundo, tendo rendido lucros de aproximadamente 290 milhões de dólares em 2008. Dessa alga é extraída a carragenana, um aditivo utilizado como espessante e estabilizante na indústria de alimentos, cosméticos, farmacêuticos, entre outros.
Seguindo a tendência da maioria dos países com tradição na produção de moluscos bivalves, o MPA – Ministério da Pesca e Aqüicultura, esta elaborando uma nova legislação que estabelecerá padrões de qualidade da água em áreas de cultivo de moluscos filtradores no Brasil. Essa legislação determinará limites microbiológicos para água e moluscos que permitirão a classificação de áreas marinhas em: A = adequadas; B = adequadas com restrições para a venda do produto (mediante tratamentos como depuração ou cozimento); e C = proibidas para a maricultura de bivalves.
“Os resultados preliminares dessa investigação indicam que algumas áreas de Santa Catarina devem ser enquadradas como proibidas para o cultivo de bivalves. Nessas áreas estão implantadas fazendas marinhas que têm infra-estrutura montada e são administradas por pequenos maricultores com longa experiência em trabalhos no mar, que dependem da atividade para a sua subsistência. Assim sendo, cria-se uma situação com impactos significativos em diferentes aspectos. Por um lado, a produção de moluscos nessas áreas pode oferecer risco aos consumidores e criar um problema de saúde pública e, por outro, a proibição do cultivo de moluscos nessas áreas gerará um impacto social importante”, explica o engenheiro da Epagri Alex Alves.
Nesse sentido o projeto torna-se importante, pois, ao contrário do que ocorre no cultivo de espécies que necessitam de compostos nutritivos, o cultivo de macroalgas faz com que nutrientes sejam absolvidos da água e transformados em biomassa.
Alex Alves em conjunto com sua equipe produziu uma reportagem completa sobre o assunto para a revista de circulação nacional Panorama da Aqüicultura que será publicada na semana que vem e detalha todos os aspectos ambientais, impactos e tecnologias do processo. Para quem realiza estudos na área ou é produtor local é uma boa sugestão de leitura.
(PMF, 03/12/2010)
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