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Densidade e mobilidade urbana: o caso de Florianópolis

Artigo de Ângelo Arruda
Arquiteto e urbanista

O modelo de cidade de Florianópolis é bem fácil de enxergar, atualmente: é esparsa, distante, metropolitana e dependente e com enormes restrições ambientais e geográficas. Chega o verão, a cidade explode de turistas. Nesse caso, os problemas de mobilidade também explodem. Qual é a causa? A discussão que considero mais importante é a da densidade urbana.

Esses dois pontos juntos podem dar início à discussão, bem melhor do que culparmos a tecnologia, a falta de meios, a infraestrutura, os excessos e as faltas, etc. Densidade urbana é a relação entre o número de habitantes de um determinado lugar e a área onde eles vivem.

Segundo os maiores especialistas, a alta densidade possui vantagens para o planejamento urbano: eficiência na oferta de infraestrutura, uso eficiente da terra, possibilidade na geração de mais receitas, vitalidade urbana, maior controle social, facilidade de acesso aos consumidores e maior acessibilidade às atividades diárias; em contrapartida, há desvantagens como a sobrecarga na infraestrutura, poluição, maiores riscos de degradação ambiental e congestionamento e saturação do espaço.

Já as baixas densidades possuem poucas vantagens e muitos problemas. Mas há quem adore mais silêncio e tranquilidade; em compensação altos custos de oferta e manutenção de serviços, baixa interação e controle social, altos custos do transporte público e acesso de consumo de terra urbana e infraestrutura.

A densidade urbana ideal não é acima de 1.000, nem baixa, menos de 80 hab/ha. Atualmente a densidade bruta de Florianópolis não chega a 12 habitantes por hectare. A malha urbana dividida em distritos – em realidade grandes bairros consolidados -, locais de moradia e pouco emprego (exceto o Centro), estão muito distantes de todos os polos da vida urbana: o emprego e os serviços essenciais sociais. Os deslocamentos são imensos e o sistema viário com poucas vias disponíveis.

O adensamento desejável de 80 hab/ha existe apenas no centro em alguns bairros. Se queremos a cidade mais acessível e com mais mobilidade não há saídas no curto prazo que não seja gastar bilhões de reais em obras de infraestrutura. A saída é aumentar a densidade urbana de cada bairro e promover uma compacidade nas construções e incentivar os empregos próximos das moradias. Sem isso a mobilidade continuará ruim. Ah, os Planos Distritais podem ajudar muito. Incentivos para morar e trabalhar no bairro, também.

(ND, 14/09/2023)

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