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A Ilha precisa ter limites de urbanização

Ângelo Marcos Arruda
Arquiteto e urbanista, especialista em planejamento urbano

As redes sociais estão movimentadas nos últimos meses com a discussão dos ajustes no atual Plano Diretor. Aqui e ali surgem colegas colocando suas posições: adensar ou não? Verticalizar ou não? A comunidade quer que tudo fique como está, entretanto, uma cidade é um organismo vivo e dinâmico que opera dia a dia mediante um conjunto de fatores. Sendo assim, vou colocar alguns dados para ajudar a pensar Floripa.

A palavra chave é adensamento populacional. A densidade urbana quando se mistura o uso residencial, comercial e o de serviços provoca um impacto visual gigantesco, com a imagem de inúmeros edifícios, e temos de nos precaver com relação aos problemas urbanos dele decorrentes. O reconhecimento do espaço residencial, em que se desenvolve grande parte do cotidiano dos moradores, como tema central na questão da qualidade do espaço construído, é essencial nessa discussão.

Na conformação do espaço residencial identificam-se três grandes componentes: a moradia propriamente dita; a infraestrutura, serviços e
equipamentos urbanos; e o entorno ou paisagem. Finalmente, como adensar uma cidade como Florianópolis, que tem uma área total de 435 km2 mas que somente 31,9 km2 podem ser usados. Essa é a área urbana total, de acordo com o Ipuf. Se colocarmos 300 hab/ha (essa é uma taxa média aceita pela maioria dos teóricos do tema no mundo, especialmente pelo engenheiro Juan Mascaró) teremos uma população estimada de densidade bruta de 957.000 habitantes. Essa é, portanto, a população-meta – todas as medidas urbanísticas precisam focar nesse número.

Essa densidade é excelente para a vida urbana, os serviços públicos e a infraestrutura e, portanto, a tal capacidade de suporte que tanto se fala por aqui. Como temos 500.973 habitantes, temos de planejar para mais 456 mil habitantes e aí atingiremos o grau funcional de excelência urbana. Esse é o limite que a ilha suporta e somente será possível acontecer, segundo meus cálculos, em 2082 – daqui há 60 anos. Temos muito tempo para planejar tudo isso e manter intocáveis as áreas ambientais e urbanizar aquelas que têm condições de serem usadas com toda a infraestrutura necessária.

(ND, 12/12/2022)

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