Pouco mais de um mês após a interdição das 23 áreas de cultivo de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões do Litoral catarinense, até a manhã desta sexta-feira (1º) nove áreas permanecem totalmente sem permissão para consumo e venda, segundo a secretaria da Agricultura e Pesca.
A proibição em Santa Catarina começou em 26 de maio por causa da presença de de uma toxina presente em algas que pode causar intoxicação alimentar. A desinterdição de uma área depende de dois laudos laboratoriais consecutivos. Eles devem mostrar que não há mais a presença da toxina nos moluscos. As primeiras desinterdições ocorreram em 22 de junho.
Conforme a secretaria, ainda não é possível consumir, vender ou cultivar ostras provenientes dos bairros Serraria e Barreiros, em São José, na Grande Florianópolis, bem como nas áreas de cultivo dos municípios de Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis; Bombinhas, Porto Belo, Itapema, Balneário Camboriú e Penha, no Litoral Norte; e São Francisco do Sul, no Norte do estado.
A última desinterdição ocorreu na terça-feira (28), conforme informou o governo do estado nesta sexta. A localidade de Costeira do Ribeirão, em Florianópolis, teve o consumo e a comercialização da espécie berbigão liberada, mas mexilhões ainda são proibidos. Ostras já haviam sido liberadas na última semana.
Locais liberados e parcialmente
Até esta sexta, cinco áreas estavam totalmente liberadas para consumo de todos os moluscos, todas na Grande Florianópolis. Elas ficam em São José no bairro Ponta de Baixo e em Palhoça na Barra do Aririú, Praia do Pontal, Praia do Cedro e Enseada do Brito.
Outras 11 áreas têm permissão de consumo e venda apenas para ostras. As liberadas na capital catarinense são Caieira da Barra do Sul, Costeira do Ribeirão, Freguesia do Ribeirão, Barro Vermelho, Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui, Praia do Forte, Sambaqui e Cacupé
Já na Grande Florianópolis, em Palhoça, estão liberadas as ostras da Ponta do Papagaio e Passagem do Maciambú.
Como verificar a procedência
O secretário-adjunto da Agricultura, Airton Spies, afirma que é possível verificar a procedência da ostra consumida, mesmo em outras regiões onde não há cultivo. “O produtor que vende ostras precisa emitir uma guia de transporte animal (GTA) e o sistema só permite a liberação da guia para áreas liberadas. Então, mesmo que seja um restaurante que ofereça numa área que não está liberada, a origem da ostra deve vir com uma guia de transporte animal e uma nota fiscal do produtor oriundos de uma área liberada”, afirmou.
Uma das maiores proliferações de algas
A proliferação das algas do gênero Dinophysis, que produzem toxinas, é uma das maiores no litoral catarinense desde 2007, quando começou o monitoramento dessas espécies, segundo o Laboratório Oficial de Análise de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros (Laqua), ligado ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A hipótese do laboratório é que água vinda do Sul do Brasil tenha trazido nutrientes que servem de alimentos para as algas que produzem a toxina. “A água que vem do Sul é uma corrente junto à costa”, disse o professor Luís Antônio Proença.
Maior produtor do país
Atualmente, Santa Catarina é responsável por 95% da produção de todos os moluscos consumidos no Brasil. Em 2014, foram 21.553,6 toneladas. O governo calcula que o lucro anual total dos produtores catarinenses seja equivalente a R$ 70 milhões.
Florianópolis é considerada a maior produtora de ostras, com 2.700 toneladas, bem como de vieiras, 20 toneladas. Já Palhoça detém a maior produção de mexilhões, com 12.600 toneladas.
(G1 Santa Catarina, 01/07/2016)
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