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Como será a Floripa do amanhã? Será a do “Já teve” ou do “Nunca terá”?

(Da coluna de Sérgio Costa Ramos, DC, 08/01/2015)

Será a Cidade-Ilha que mora no coração do Manezinho, no imaginário do Brasil civilizado e no rol dos melhores índices de desenvolvimento humano da ONU? Ou será esta cidade permanentemente engessada por sucessivos desgovernos, de cuja má administração resulta um indecifrável labirinto, tão confuso e tão enredado que não haveria novelo de Ariadne nem Teseu – o herói ateniense – capazes de encontrar o caminho salvador?

O Labirinto da Ilha de Santa Catarina não se formou ao longo de milênios, como o da Ilha de Creta. Bastaram duas décadas. O carrascal de Floripa foi caoticamente planejado nas últimas duas décadas, com o requinte de resultar numa cidade ainda pequena, com todos os inconvenientes das grandes metrópoles.

Cidade insular e portuária – sem portos ou transporte marítimo. Sobre a Ilha se abateram todas as pragas do progresso predatório, associadas ao carrapato de uma ecoteologia caolha, que acaba provocando exatamente o que deveria evitar: a degradação ambiental.

Some-se a todos esses males, o da obsessiva monocultura automotiva, velha arteriosclerose do Brasil. Único país do mundo com 8 mil quilômetros de costa oceânica sem uma frota mercante e uma única tonelada transportada em navegação de cabotagem. Aqui, o navio graneleiro que zarpe do Rio Grande do Sul para o do Norte, retirando de circulação 20 carretas de 12 toneladas – é apenas uma miragem.

Predomina a antilógica do baronato rodoviário: em 10 anos, a frota brasileira pulou de 28,5 milhões para 60 milhões de veículos, com algumas cidades – inclusive esta que a Ilha hospeda – matriculando quase um carro para cada vivente.

A ponte Hercílio Luz, em nossa Creta, gastou apenas quatro anos de drama e glória – da falência do primeiro empréstimo (1922), passando pela morte do seu inspirador, até a inauguração em 1926.

Mal ou bem, funcionou até 1982, quando sobre ela se abateu a maldição dos “Minos” preguiçosos: sua interdição já atravessa seis governos e 32 anos dedicados a uma invencível labirintite administrativa.

Nada prospera nessa Creta da caveira de burro. O novo aeroporto, por exemplo. Com um déficit de R$ 500 milhões, o Minotauro da Infraero lhe deu uma chifrada, paralisando tudo.

A prefeitura não luta por ele. O governo do Estrado lhe dedica um bocejo. Os que deveriam desenredar esse novelo são os primeiros a construir novas paredes para o Labirinto, sob o aplauso de um obscurantismo que pretende congelar a precária infraestrutura da Ilha.

 

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