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Edifício-garagem deve criar 256 novas vagas de estacionamento em Florianópolis

Construção será feita por empresa de Criciúma
A falta de vagas de estacionamento no Centro de Florianópolis deverá ganhar, em 2011, uma “mãozinha” que sairá do Sul do Estado. Um edifício-garagem — em construção por uma empresa de Criciúma — vai disponibilizar 256 vagas de estacionamento, distribuídas em oito andares. Mas o diferencial está no modo de controlar o armazenamento e a entrega dos veículos.
Eles serão estacionados por três elevadores, ajudados por 15 robôs. A estrutura poderá guardar até três carros ao mesmo tempo e não levará mais do que 70 segundos para acomodar cada automóvel. O local escolhido pelos empresários foi a área central de Florianópolis, ao lado da Catedral Metropolitana, num terreno de 1,3 mil metros quadrados. O critério dos empresários foi o congestionamento e a “caça” por vagas.
Veja como vai funcionar o edifício-garagem
O idealizador da solução, o diretor de tecnologia da empresa I-Park, Paulo Guimarães, explica que o sistema de armazenamento é todo robotizado e não há interação humana. Não haverá funcionários para receber e entregar os veículos, nem para estacioná-los ou procurar as vagas disponíveis. Apenas — e se o cliente quiser — para pagar o ticket de estacionamento, caso não pague com cartão.
A empresa trabalha desde 2007 no projeto. Guimarães afirma que o modelo de estacionamento robotizado não sequencial, o que significa a possibilidade de estacionar mais de um carro ao mesmo tempo, é inédito no Brasil.
Até hoje, nada semelhante foi observado no país por especialistas em urbanismo e universidades. O superintendente de projetos da Secretaria de Urbanismo de Curitiba (PR), Roberto Marangon, afirma que os edifícios-garagem paranaenses não contam com automação. Ainda predomina o funcionamento manual, com garagistas. E ele desconhece, no Brasil, qualquer caso do mesmo modelo desenvolvido em Criciúma.
— A idéia é boa em vista das carências de estacionamento; e o investimento, alto. Para se ter todo o funcionamento robotizado e automatizado, deve ter custado milhões — estima Marangon.
O professor Werner Krauss, pesquisador na área de sistemas inteligentes de transportes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), afirma que essa realidade é inédita no Brasil, mas não no mundo. A lógica de controle e comando do estacionamento desenvolvido no Sul do Estado surpreendeu o professor, apesar do conceito de prédio-garagem não ser novidade para ele.
Krauss lembra que o software de comando usou tecnologia de automação avançada e contou com profissionais que se formaram no curso da UFSC.
— O fato de não ser inédita no exterior não tira o mérito da tecnologia, porque ela é legítima catarinense e a solução não foi comprada fora — comemora Krauss.
A previsão da I-Park, responsável pela tecnologia, é que o prédio na Capital esteja concluído ainda no primeiro semestre de 2011.
— Há uma série de vantagens nesse sistema: o carro é estacionado desligado, há economia de energia, não há poluição sonora, há aproveitamento melhor dos espaços urbanos, a estrutura modulada permite a fácil expansão, tem segurança e não há chances de o carro ser batido ou amassado, o que é melhor — elenca Guimarães.
Especialista é contra investir em estacionamento vertical

O coordenador do Curso de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lino Peres, diz que é preciso desestimular o uso de carro no Centro da Capital e focar no transporte coletivo. Para ele, incentivar a construção de estacionamentos verticais vai na contramão desse objetivo e o empreendimento aumentará o fluxo no Centro. Pode acontecer também o aumento de filas, por exemplo, em horário de pico, quando os carros serão retirados ao mesmo tempo do estacionamento.
Peres — que também é coordenador de um grupo de estudo sobre mobilidade urbana sustentável — afirma que o problema de mobilidade em Florianópolis só será resolvido com investimento pesado e vontade política. Para o arquiteto, é necessário um esforço conjunto entre os poderes municipal, estadual e federal.
— Florianópolis precisa investir na descentralização de serviços e não em novos empreendimentos no Centro da Capital. Temos que usar o Continente. O aeroporto, por exemplo, jamais deveria ser na Ilha. Poderia ser em Tijucas, que é uma região intermediária — exemplifica o especialista.
Carros deveriam ficar nos terminais

Além disso, Peres enfatiza que as pessoas deveriam deixar os carros nos terminais do transporte coletivo em seus bairros e ir ao Centro da cidade de ônibus. Mas, para isso acontecer, seria necessário integrar vários tipos de veículos de mobilidade urbana como ônibus circular, bicicletas, transporte marítimo e até mesmo periféricos.
— Não adianta criar um processo isolado. Hoje, por exemplo, a integração do transporte coletivo fez o sistema recuar 30, 40 anos. É uma boa ideia, mas, da forma que está, não funciona.
Atualmente, o Centro de Florianópolis tem oito mil vagas de Zona Azul. De acordo com o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), seria necessário mais duas mil vagas para suprir a demanda de carros na região, que gira em torno de 200 mil por dia.
Ana Paula Cardoso e Vanessa Campos, diario.com.br, 05/01/2011)

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