A Fortaleza de São José da Ponta Grossa e a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis, estão ganhando novos equipamentos com as obras de restauração e requalificação. Desde 2020, quando começaram os trabalhos nas duas fortificações, já foram incluídas estruturas para elevadores, calçadas, passarelas, novos sanitários, entre outras. As obras, que ainda estão em andamento, são custeadas pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, com projetos do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Servidores da Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acompanham de perto o andamento das obras e dão apoio logístico.
ATENÇÃO: as fortalezas estão fechadas à visitação. Saiba mais.
Com as obras de restauro, as fortalezas serão mais facilmente acessíveis por quem tem dificuldades ou limitações de locomoção. Além disso, haverá uma requalificação dos monumentos, que vão ganhar nova expografia, áreas verdes renovadas e outros equipamentos. Ao todo, o investimento chega a R$ 12 milhões para as duas fortalezas. Por enquanto, com as obras em andamento, os locais necessitam de atenção. O entorno da Fortaleza de São José da Ponta Grossa, na Praia do Forte, está parcialmente fechado. Nesta fase, os operários trabalham na construção da calçada ao redor da murada e, por segurança, a área está fechada à circulação de pessoas.
Na Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, na Ilha de Ratones Grande, ao longe já é possível perceber as alterações na estrutura. Alguns edifícios receberam reboco, que era a forma original de revestimento das paredes. Esse método também é utilizado na Fortaleza de São José da Ponta Grossa e, por isso, algumas estruturas estão mudando de cor.
Em outros locais das fortificações, optou-se por materiais, como estruturas metálicas, que visivelmente não eram aqueles utilizados no século XVIII, época de construção do sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina. Essa técnica tem o objetivo de deixar claro para o observador que aquela estrutura específica não havia na fortaleza originalmente, evitando se construir o que se chama de falso histórico. Dessa forma, o visitante poderá diferenciar o que faz parte da história daquilo que teve de ser instalado para promover melhor acesso ou conforto no monumento.
Restauros
A Fortaleza de São José da Ponta Grossa e a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones estão passando pela segunda intervenção de restauro. A primeira foi no início da década de 1990, dentro do Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira, da UFSC. Com as obras daquela época, os monumentos tiveram muitos de suas edificações recuperadas do abandono em que se encontravam. Após o restauro, as fortalezas passaram a receber visitantes e se tornaram importantes pontos turísticos da região.
A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, localizada no município de Governador Celso Ramos, e a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, em Palhoça, também receberam obras do então Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira.
Candidatura a patrimônio mundial
Paralelamente às obras nas duas fortificações e às ações de requalificação, a UFSC participa do comitê técnico catarinense para a Candidatura a Patrimônio Mundial do Conjunto de Fortificações Brasileiras. A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones e a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim fazem parte da lista de 19 fortificações do Brasil que podem se tornar Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O comitê local, que é coordenado pela superintendência do Iphan em Santa Catarina, reúne entidades para discutir o futuro das fortalezas. A UFSC é gestora da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim desde 1979 e, com o tempo, passou a gerir também a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones e a Fortaleza de São José da Ponta Grossa – monumentos históricos nacionais com quase 300 anos.
(UFSC, 02/07/2021)
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