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Artigo escrito por Murilo Flores – Presidente da Fatma (DC, 29/08/2009)

A questão ambiental não é um modismo nem um assunto de interesse de segmentos sociais sediados em ONGs. O tema determinará novos padrões de desenvolvimento, de consumo, de produção e de atitude diante de uma perspectiva global, que passa a estreitar as relações entre a sociedade e a natureza. Mas assim como alguns grupos sociais ainda acham que se trata de apenas mais um empecilho ao crescimento, outros se acham os únicos capazes de representar o meio ambiente. Recentemente, na Assembleia Legislativa de SC, um membro de uma competente ONG, com larga contribuição à discussão ambiental, disse que se a licença foi dada pela Fatma, então ele é contra o empreendimento licenciado, mesmo sem ler o processo. Na mesma semana, no congresso dos órgãos ambientais estaduais, um representante de uma ONG internacional agrediu verbalmente os responsáveis pela criação do Código Ambiental de SC. Perguntado pela plateia se havia lido o código, não respondeu.

Enquanto isso, o presidente da República criticava a postura do Ibama, que, segundo ele, apenas cumpre o papel de aplicar uma legislação ambiental que “atrapalha” o desenvolvimento. Ou começamos a discutir a questão ambiental de forma construtiva ou os resultados serão desastrosos. A crítica deve estar tanto em relação ao conflito de interesses entre o meio ambiente e a economia quanto no seu uso com interesse político-partidário. Cabe lembrar que os dois modelos econômicos da modernidade, o capitalismo e o socialismo, cumpriram o mesmo papel na destruição do meio ambiente. Precisamos restabelecer a negociação em busca de um novo modelo de desenvolvimento sustentável, como proposto pela senadora Marina Silva, quando de sua saída do PT.

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