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UFSC apresenta proposta para retomar aulas com ensino remoto; veja o que muda

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaborou um plano para a retomada das aulas durante o período de pandemia do novo coronavírus. Os encontros presenciais estão suspensos desde 16 de março, quando os primeiros casos de covid-19 em Santa Catarina motivaram o início da quarentena e a suspensão das atividades escolares e universitárias.

A retomada das atividades deve continuar adotando o ensino remoto até o fim da pandemia. A UFSC criou cinco subcomitês, que fizeram pesquisas com os estudantes e elaboraram um relatório com medidas a serem adotadas para a retomada das atividades de ensino. O plano foi concluído na segunda-feira e agora precisa ser aprovado pelo Conselho Universitário, que deve começar a analisar o estudo nesta sexta-feira (26).

Segundo o reitor da UFSC, Ubaldo César Balthazar, as atividades remotas vão ser mantidas enquanto o Estado conviver com a pandemia de covid-19.

– Não vamos ter aula presencial enquanto essa pandemia estiver entre nós. Isso é consenso na universidade – afirmou, em um vídeo divulgado pela instituição.

A retomada das atividades vinha sendo planejada pela instituição e também cobradas por órgãos como o MPF, que esta semana deu prazo de 30 dias para a UFSC informar como seria o retorno das aulas, com ensino remoto.

Plano prevê retomada em três fases na UFSC
O plano elaborado pela UFSC prevê a divisão em três fases para a retomada das atividades. Na primeira delas, em que o foco será as atividades não presenciais, o relatório defende o cuidado para não apenas “transpor mecanicamente os conteúdos de um projeto de curso presencial para um regime de atividades não presenciais”, e que a adequação dos currículos seja feita com “tratamento pedagógico cuidadoso”.

– A fase 1 ocorre durante a expansão e o pico da pandemia e pode ser adotada já com o estágio atual da covid-19 no Estado. Nesse período, todas as atividades pedagógicas e administrativas serão em modo não presencial, exceto as com impacto no combate à covid-19 e outras essenciais indicadas pela administração. Nessa fase, o plano prevê que a UFSC ofereça suporte tecnológico. É aí que entram iniciativas como o empréstimo de computadores e o custeio de pacotes de internet, anunciado esta semana pela instituição. O Restaurante Universitário (RU), hoje fechado, também deve ser adaptado nesta fase para permitir a retirada de refeições pelos estudantes.

– A fase 2 vai começar no período de declínio e controle da pandemia e se dará em dois momentos. No primeiro, a estrutura da universidade é preparada para receber algumas atividades presenciais ou semipresenciais. Para chegar a essa fase, o Estado vai precisar registrar ao menos 15 dias com quedas seguidas de casos e óbitos por covid-19, além de ocupação de leitos de UTI menor que 60% e taxa de transmissão menor que 0,95.

– Quando essa organização das atividades estiver concluída, a universidade pode passar para o segundo momento da fase 2, que permite atividades em modo semipresencial – em que parte da turma participa das aulas de forma presencial, e outra parte tem aula remota, em sistema de rodízio.

– A fase 3 será de retorno às atividades presenciais. Esse estágio só será alcançado com a diminuição de casos na macrorregião do campus por pelo menos 60 dias e com número de mortes por covid-19 abaixo de um por semana em Santa Catarina por ao menos 30 dias. O plano cita ainda a disponibilidade de uma vacina.

Fase de ensino remoto deve durar pelo menos 10 semanas
A fase 1 deve iniciar com três semanas de preparação de alunos e professores e continuar por pelo menos 10 semanas com atividades remotas. Ao final das 10 semanas, a universidade deve reavaliar se mantém a prática não presencial ou se há possibilidade de avançar para a fase 2 nas seis semanas seguintes. No total, o semestre letivo é composto por 16 semanas.

A passagem para as fases 2 (semipresencial) e 3 (presencial) será permitida somente após autorização do reitor da UFSC. Uma comissão permanente vai ser criada para avaliar a evolução da pandemia de covid-19 e a passagem de uma fase para outra.

O retorno às atividades semipresenciais, na fase 2, não será permitido para idosos e pessoas com comorbidades. A volta também terá divisão por grupos e turnos, regras de distanciamento, uso de EPIs, aferição de temperatura e testagem prévia. O retorno às atividades presenciais deve ser divulgado com pelo menos 20 dias de antecedência.

Outras definições

– Os planos de ensino dos professores da graduação precisarão ser readequados e aprovados novamente.

– Estudantes poderão fazer ajuste de matrícula, com opção de trancamento do semestre, cancelamento de disciplina ou matricular-se em outras disciplinas. A opção deve ajudar em casos de disciplinas práticas, com difícil aplicação por ensino remoto, ou também em casos que os estudantes preferirem aguardar o fim da pandemia para retomarem o curso.

– Estudantes serão dispensados da carga horária mínima semestral do curso.

– A coordenadoria de estágios de cada curso deve analisar a possibilidade de continuidade das atividades de estágio obrigatório e não obrigatório, além de outras atividades de natureza semelhante.

– A coordenação do curso deverá organizar as defesas não presenciais dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), sem prejuízo aos estudantes.

– O plano prevê também ações de preservação da saúde, assistência médica, psicológica e social e políticas inclusão digital para favorecer o ensino remoto.

– Todas as normas previstas no plano precisam ser aprovadas pelo Conselho Universitário, que deve começar a avaliar o assunto na sexta-feira.

(NSC, 24/06/2020)

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