O que era para ser uma medida de prevenção à saúde dos presos soltos, visto que muitos dos que receberam a liberação foram caracterizados no grupo situação de risco para o novo Coronavírus – Covid-19, se tornou um grande problema de insegurança para população e empresários de Florianópolis.
De acordo com a Polícia Militar, 27 dos 48 crimes registrados nas últimas semanas em Florianópolis foram originados pelos detentos em egresso do sistema prisional e 1/3 deles são decorrentes de pessoas liberadas por bom comportamento para cumprir o isolamento social em casa.
Os dados acima são com base nos autores presos em flagrante e que este número deve ser maior, visto que diversos crimes cometidos não são localizados os criminosos ou não são registrados os boletins de ocorrência – BO.
O problema maior é que diversos dos 1.077 detentos que o Estado liberou, não residem no município de detenção. O que significa que muitos presos não retornaram para suas residências. Em Florianópolis, os presos estão se misturando com as pessoas em situação de rua e perambulando pelas ruas da Capital com abordagens extorsivas às pessoas que encontram.
Para o conselheiro da CDL de Florianópolis e presidente do Conseg Centro, Rodrigo Marques, a medida trouxe tensão e insegurança ao público, pois ao ser abordado por uma pessoa portando uma tornozeleira eletrônica, o cidadão de bem fica amedrontado.
Para conter a criminalidade e não sobrecarregar ainda mais o corpo efetivo das forças de segurança, a CDL de Florianópolis cobra do Ministério Público de Santa Catarina mais segurança e, que não sejam liberados mais detentos do sistema prisional.
Aumento da insegurança na Capital
Ainda que os presos tenham conquistado a liberdade por bom comportamento e para prevenção à saúde por conta do coronavírus, a CDL de Florianópolis vê a medida como um alerta na segurança pública na Capital.
“Enquanto os empresários estão trancados em casa e com as lojas fechadas, diversos detentos estão soltos pelas ruas. A preocupação maior é justamente essa, com a falta de circulação de pessoas, aumenta a facilidade para os indivíduos voltarem a cometer crimes”, pontua Marques.
É importante ressaltar, que a Passarela da Cidadania está sobrecarregada com a chegada dos presos que não tinham para onde ir. Hoje, o local atende regularmente pessoas em situação de rua que já são mais vulneráveis e que muitas vezes estão em tratamento.
“O problema não é soltar um indivíduo com bom comportamento, mas sim deixar ele a mercê da criminalidade, num momento que a circulação das pessoas é bem menor e os agentes de segurança pública estão sobrecarregados”, lamenta Marques.
(CDL, 14/04/2020)
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