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Empresários preparam medidas para minimizar prejuízo do isolamento

Mesmo sem ter a certeza de quando as atividades econômicas voltarão à ativa em Santa Catarina, empresários já preparam campanhas para incentivo do consumo e de compra de bens e serviços locais. A ideia é buscar soluções para reduzir ao máximo o prejuízo causado pelo fechamento de estabelecimentos do comércio.

O principal ponto é a promoção de produtos fabricados no Estado. “A gente está trabalhando fortemente numa campanha interna para estimular o comércio local. O objetivo é incentivar os produtos nacionais. Procurar ao máximo os ‘made in Santa Catarina’ e os ‘made in Brazil’, o mínimo de fora”, disse o assessor jurídico da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL/SC), Rodrigo Titericz.

“Nós queremos que as pessoas privilegiem os produtos catarinenses e os produtos brasileiros quando forem ao supermercado ou a uma loja para que possamos criar um mercado interno mais consistente”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar.

Apesar do planejamento, não é possível prever quando a atividade econômica voltará ao normal. A avaliação de parte dos empresários é de que, mesmo com a permissão do governo daqui a algumas semanas, ainda levará tempo para o consumidor recuperar renda e estar disposto ao consumo.

Para piorar, as empresas estudam a demissão de trabalhadores. Segundo um levantamento da Federação do Comércio de SC (Fecomércio/SC), essa é uma opção para 47,5% dos empresários do setor. “Com exceção das atividades essenciais, como supermercados e farmácias, os outros setores todos enfrentarão problemas sérios”, disse o presidente da entidade, Bruno Breithaupt. Ele cita ainda que a crise deixará problemas psicológicos, como estresse e ansiedade.

Alguns estabelecimentos devem sofrer acima da média no Estado. “Nós estamos agora num período de Páscoa. Quem é que vai consumir um ovo de Páscoa com a incerteza que tem pela frente? A gente recebeu relatos do interior de franqueados de lojas de chocolate chorando, desesperados. O mercado está aberto, mas a loja de chocolate não está”, afirmou Titericz.

Além disso, o setor defende mais ações do poder público. “Esperamos um plano de recuperação muito consistente para que possamos resolver essa questão. […] Um plano que privilegie a iniciativa privada, incentive as empresas a gerarem empregos, com investimento na infraestrutura do Estado e apoio às micro e pequenas empresas”, disse Aguiar.

O presidente da Fiesc defende ainda a postergação das eleições municipais. O período já é conhecido pela incerteza política e diminuição da atividade econômica e, além disso, os recursos reservados para o pleito poderiam ser utilizados no combate à Covid-19.

(RCN, 06/04/2020)

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