Após participar de uma reunião virtual com governadores de estados do Sul e Sudeste para discutir ações de enfrentamento a crise provocada pelo coronavírus, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), falou sobre as ações do governo do Estado no programa Balanço Geral, da NDTV, apresentado pelo jornalista Raphael Polito, em Florianópolis.
Em pouco mais de 30 minutos, Moisés ressaltou a necessidade de auxílio financeiro do governo federal aos Estados e municípios para enfrentamento da crise de saúde pública, com a preparação de hospitais, proteção de profissionais de saúde e abertura de leitos de UTI; e da crise econômica, que cresce paralelamente às ações de prevenção e combate à pandemia, com a paralisação de atividades econômicas não essenciais.
O governador também destacou a necessidade de contar com apoio da classe empresarial, inclusive para produção de EPIs e ventiladores, e não descarta a possibilidade de montar hospitais de campanha, tanto que já começou a conversar com empresários do setor.
Por outro lado, Moisés revelou um descompasso com o Poder Legislativo, diante da possibilidade de vetar um projeto aprovado pelos deputados que enfraqueceria ainda mais o caixa do governo, já combalido com uma projeção de perda de arrecadação de 25% devido a paralisação das atividades econômicas. Confira a entrevista:
Grupo ND – O que foi discutido na reunião virtual com os governadores do Sul e Sudeste?
Carlos Moisés – Definimos algumas pautas que não são novas, todas relacionadas ao Pacto Federativo. Nós precisamos de uma ação imediata do governo central, porque entendemos que é o governo federal quem tem condições de socorrer estados e municípios nessa pandemia. Nós elencamos oito itens e eu destacaria a suspensão de pagamento de dívidas com a União e que o governo federal assumisse dívidas com organismos internacionais, e também que fizesse a recomposição imediata das perdas, que estamos sinalizando que vamos ter.
Porque o governo central? Hoje, o Pacto Federativo mostra que 68% de tudo que é arrecadado no Brasil fica com o governo central e quem combate a pandemia são os Estados e municípios. Precisamos inverter isso e temos pressa. Precisamos de ação imediata do governo central.
Grupo ND – Pensando nos setores econômicos, após a construção civil, quais serão os próximos setores beneficiados com flexibilização?
Carlos Moisés – Isso está sendo construído pelas federações que representam todos os segmentos de SC, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Ministério Públixo do Trabalho e representantes do governo (Fazenda, Administração, Segurança), todos trabalhando em conjunto para que a gente possa, além de socorrer nossos empresários com recursos locais via BRDE, Badesc (financiamento ou linha crédito), nós precisamos também que o governo central faça a sua parte, ajude o empresário, mantenha o emprego, a atividade econômica.
E nós já verificamos uma baixa na atividade econômica do Estado que já impactou esse mês e vai impactar severamente no próximo mês, invabilizando o modelo econômico de Santa Catarina. Portanto, é fundamental que os setores venham conversar com o governo e a seleção está sendo feito através da representatividade de cada um.
A gente selecionou ali, o que volta a funcionar, quando, e o mais importante de todos, como volta a funcionar, de que forma segura o convívio responsável seguro com o vírus, o Convid-19, pode conviver com a questão econômica, que também tem que ser levada em consideração. Isso está sendo construído.
Nós entendemos que o risco é mínimo desde que não tenhamos o transporte coletivo urbano municipal intermunicipal funcionando aleatoriamente, transportando trabalhadores. Essas normas que são colocadas pela autoridade sanitária de Santa Catarina é que fazem a diferença no convívio responsável com o vírus.
(Confira a entrevista completa em ND, 02/04/2020)
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