Santa Catarina precisa de R$ 3,1 bilhões por ano, até 2022, para manter e ampliar a infraestrutura de transporte nos modais rodoviário (R$ 2,25 bilhões), ferroviário (R$ 162,6 milhões), aeroviário (R$ 316,4 milhões) e aquaviário (R$ 374 milhões). Essa é a estimativa feita na Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense 2019, lançada nesta quarta-feira pela Fiesc.
Dentre investimentos estaduais e federais, o cálculo engloba obras importantes como duplicação e pavimentação das BRs 163, 470 e 280. Além de investimentos privados, que incluem pesquisa em projeto de Free Flow (pagamento de pedágio conforme quilometragem percorrida) no trecho Sul da BR-101 e obra do contorno de Florianópolis. Além de outros modais, com melhorias em aeroportos regionais, como de Caçador e Chapecó, além do acesso ao terminal na Capital. E o término de projeto da ferrovia litorânea.
A agenda dos portos contempla uma série de obras, como dragagem para 16 metros e retificação de curva do canal de acesso para a Baía da Babitonga e nova bacia de evolução, dragagem e ampliação da retroárea para o complexo portuário de Itajaí.
— Esperamos que governantes recebam esse documento e possam discutir com setor produtivo catarinense quais são soluções para fazermos o atendimento para essa demanda. Certamente não haverão recursos públicos suficientes e existem outras modalidades como concessões e parcerias público-privadas — afirma o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar .
Aguiar acrescenta que, em média, o Estado tem recebido investimentos muito inferiores a demanda para adequar e manter as condições da infraestrutura e transporte:
— De recursos do PAC e do orçamento geral da União, previstos na ordem de R$ 800 milhões, temos recebido em torno de 50, 60% disso, muito abaixo da nossa necessidade.
O gerente para Assuntos de Infraestrutura de Transportes , Logística, Meio Ambiente, e Sustentabilidade da Fiesc, Egidio Antônio Martorano, defende que o caminho, diante da falta de capacidade para fazer investimentos dos governos federal e estadual, passa por envolver a iniciativa privada. Um das soluções, por exemplo, seria a criação de um programa de concessão de rodovias estaduais, com foco em pequenas concessões. Atualmente, estima-se que 40% da malha rodoviária estadual esteja em “estado deplorável”.
Em Santa Catarina, o modal rodoviário ainda é preponderante e responde por 68,7% da matriz de transporte, seguido por aquaviário (18,6%), ferroviário (9,7%), dutoviário (2,9%) e aeroviário (0,1%).
(DC, 12/12/2018)
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