Não é justo
06/12/2006
Plano diretor pode mudar destino da área
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Em 15 dias, os olhares empreendedores estarão voltados para o aterro da Via Expressa Sul, na Capital. A área ,equivalente a quase 200 campos de futebol, está às vésperas de ter o prazo de cessão encerrado para as atividades do Estado.

De volta ao Patrimônio da União, “chovem” propostas para o uso do lugar hoje tomado pelo matagal e disputado por pessoas, vacas, cavalos, além de ser alvo de depredação.

A destinação para o lazer na área de mangue, uma unidade de conservação federal, é o que esperam os moradores dos bairros Saco dos Limões e Costeira do Pirajubaé.

Márcia Lemos, 52 anos, é umas das adeptas da caminhada todos os dias pela manhã. Mas da janela de casa, próxima ao túnel Antonieta de Barros, espera ver a ciclovia movimentada, antes de sair, por temer algum imprevisto na área, considerada abandonada pela população.

– Falta cuidado em toda esta extensão. Equipamentos de lazer seriam o ideal até para a diversão dos turistas – critica a moradora do local.

Apesar de não ter animais, o aposentado Carlos Eduardo, 64 anos, comenta que o gado contribui para não deixar o aterro mais abandonado do que está. Mas ressalta que nenhum “conhecido” se importaria em retirar os animais da área verde, caso se iniciasse a repaginação no local.

Prefeitura também tem planos para a área

Ainda sobre o descaso, as ciclovias estão tomadas pela vegetação e até as passarelas existentes são alvo de depredação, tendo parte da sua cobertura sucateada.

Na última terça-feira, o terminal integrado do Saco dos Limões começou a ser lacrado. Para os moradores, sinal que a construção do aterro, uma obra orçada em mais de R$ 1 milhão, foi realmente esquecida pelas autoridades.

Por 10 anos o Departamento de Infra-estrutura do Estado (Deinfra) teve a cessão de uso para a construção da Via Expressa Sul, estrada de acesso ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz.

Como, provavelmente, não haverá prorrogação no prazo, segundo o gerente regional de patrimônio da União, Laudir Schimtz, a partir do dia 21, a prefeitura pode ser a fiel escudeira do local para a revitalização da área de acréscimo da Marinha.

Pelo menos propostas para dar vida ao aterro da Via Expressa Sul já constam no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), que prevê até teleférico na área.
(Ariadne Niero, DC, 06/12/2006)

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