Desde terça-feira (17), uma comitiva de professores, pesquisadores, historiadores, escritores, jornalistas e autoridades do arquipélago dos Açores está na Ilha de Santa Catarina para uma vasta programação que festeja os 270 anos da vinda dos primeiros açorianos que ajudaram a ocupar e a desenhar o perfil social e humano de Florianópolis e região. Hoje, a capital catarinense é uma cidade cosmopolita, mas durante mais de dois séculos cultivou com fidelidade hábitos, costumes e tradições herdadas das famílias que chegaram a partir de 1748 para reforçar a presença portuguesa no Sul do Brasil. Essa herança se diluiu, porém ainda está presente no patrimônio material e imaterial, na identidade cultural e em manifestações artísticas que resistem à avalanche uniformizadora da modernidade.
O Congresso Internacional 270 Anos de Presença Açoriana em Santa Catarina, que começa nesta quarta-feira (18) e vai até sexta-feira (20), é o ponto alto da programação. Promovido pelo IHGSC (Instituto Histórico e Geográfico) e ACL (Academia Catarinense de Letras), o evento vai extrapolar os temas relativos à influência cultural e antropológica da imigração para tratar, por exemplo, de questões econômicas e do desenvolvimento sustentável nas chamadas “dez ilhas do Atlântico” – as nove dos Açores e a ilha onde está Florianópolis. “Nossa ilha era quase deserta quando os açorianos chegaram, e hoje ainda temos marcas da arquitetura, um pouco da gastronomia e do jeito de falar que os imigrantes trouxeram”, disse Augusto Cesar Zeferino, presidente do IHGSC.
A presença do presidente do governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro, dá a ideia da importância do congresso, que será realizado no auditório do TCE (Tribunal de Contas do Estado). De acordo com o presidente do Instituto Histórico e Geográfico, Augusto Cesar Zeferino, quase 300 pessoas estão inscritas para o evento.
A programação desta quarta-feira é voltada para visitas da comitiva, dos palestrantes e dos organizadores do congresso à Casa dos Açores e Museu Etnográfico, em São Miguel, Biguaçu, e ao distrito de Santo Antônio de Lisboa, onde há remanescentes da arquitetura e descendentes de açorianos que chegaram à região no século 18. Às 19h, será aberta a exposição “O Olhar Açoriano de Willy Zumblick”, no TCE. O evento acadêmico começa quinta-feira (19), com a participação de historiadores importantes como o português Artur Teodoro de Matos, da Universidade Nova de Lisboa, o espanhol Angel Espina Barrio, da Universidade de Salamanca, e o escritor gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil, professor da PUC/RS e descendente de açorianos.
(Veja Matéria completa em ND, 18/04/2018)
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