Secretaria de Assistência Social de Florianópolis identificou pelo menos 800 pessoas vivendo nas ruas nesta temporada. A secretária de Assistência Social da capital, Katherine Schreiner, deu entrevista ao Bom Dia Santa Catarina sobre ações de atendimento a esse público que vem para a capital no verão.
“No verão passado foram 1 mil pessoas e no inverno chegamos a 500”, conta a secretária. Ainda segundo ela, muitas pessoas são classificadas como “mochileiros”. Eles podem usufruir do atendimento dado pela prefeitura durante todo o ano.
A secretária explica que em 2018 a prefeitura pretende desenvolver ações para capacitação ess população para o mercado de trabalho.
Confira entrevista:
Que tipo de atendimento as pessoas em situação de rua em Florianópolis recebem?
A prefeitura presta um serviço multidisciplinar na área de assistência social com alimentação, banho, acolhimento, atendimento psicológico com nossas assistentes sociais. Na área da saúde, temos vagas para tratamento de dependência química, a área de segurança também tem atuado em casos específicos, a prefeitura como um todo oferta atendimento para essa população. Para este ano a gente pretende focar em educação para essas pessoas e qualificação para o mercado de trabalho.
Qualquer pessoa pode usar o albergue?
Tem sim. Qualquer pessoa que se qualifique para entrar no albergue pode vir, tanto de Florianópolis quanto de fora. O que não aceitamos são pessoas que estejam bêbadas, por exemplo, ou em uso de alguma substância química. E depois que entram, no horário das 19h, precisam permanecer a noite inteira, não tem entra e sai.
Pessoas em situações de rua que estão doentes, como usuários de crack, muitas vezes oferecem perigo. Que ações são feitas para essas pessoas?
Com essas pessoas a gente precisa atuar em duas frentes: a área da saúde a área da segurança, quando acabam colocando a população em geral em risco. A prefeitura possui um convênio com uma comunidade terapêutica onde são ofertadas 100 vagas para essas pessoas. Mas nenhuma internação é feita de forma compulsória, isso a gente só poderia fazer através de mandado judicial e a prefeitura não adotou essa medida por enquanto. Então, procura-se fazer contato com essas pessoas, o convencimento para que elas aceitem o tratamento e quem aceita é encaminhado.
Deve-se dar esmola?
Dar a esmola, sem incentivar que essas pessoas procurem resgatar sua dignidade, é um terrível maleficio para a cidade: você incentiva a pessoa a continuar em situação de rua, o dinheiro que você dá, na maioria das vezes, ele utiliza para comprar drogas, não usa para seu sustento próprio. A prefeitura tem espaço onde oferece alimentação e banho. Esse tipo de prática não será incentivada.
(G1sc, 18/01/2018)
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