A Unisul, a UFSC e a Universidade de Valência (Espanha) são as organizadoras do IV edição do Congresso Internacional de Desempenho Portuário – CIDESPORT, que ocorrerá em Florianópolis, de 25 a 27 de outubro de 2017, no Majestic Palace Hotel. Trata-se de um evento técnico-científico, sem fins econômicos, que tem como objetivo principal fomentar e estimular a discussão sobre o desempenho do setor portuário, a partir da perspectiva da comunidade científica e dos profissionais que atuam na gestão dos portos, além de disseminar boas práticas de gestão portuária, dos contextos nacional e internacional. As inscrições podem ser feitas no site www.cidesport.com.br. O evento tem apoio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) por meio do edital PROEVENTOS.
A programação do congresso contempla a apresentação de artigos científicos relacionados aos mais diversos temas da gestão e do desempenho portuário. Durante o congresso serão apresentados aproximadamente 60 artigos.
O principal público do congresso é formado por dirigentes e gestores portuários; profissionais técnicos e administrativos que atuam no setor; e pesquisadores e professores que desenvolvem pesquisas e estudos sobre a gestão e o desempenho portuário em todas as suas dimensões.
A programação do CIDESPORT inicia no dia 24 de outubro, com uma visita técnica ao Porto de Itajaí (SC) e a empresa Multilog, sediada também em Itajaí, que é referência nacional em logística.
A programação de palestras e painéis tem início no dia 25, período vespertino, após a solenidade de abertura. A primeira palestra será ministrada pelo Diretor Geral da ANTAQ – Dr. Adalberto Tokarski, que abordará o tema O papel de Agência Reguladora no Desempenho dos Portos Brasileiros. A abordagem do Diretor da ANTAQ estará focada na contribuição das entidades representativas do transporte aquaviário, ou seja, dos clientes da agência na melhoria do ambiente de negócios e das condições de regulação que impactam no desempenho do setor.
Na sequência, Rafael Farromeque Quiroz – Especialista Sênior de la Vicepresidencia de Infraestructura de CAF – Banco de Desarrollo de América Latina, abordará o tema Gestión Integral de Corredores Logístico Portuarios. A abordagem da palestra concentra-se nas estratégias de gestão de corredores logísticos, como forma de agilizar e garantir maior competitividade na movimentação de cargas.
Para encerrar o primeiro dia do CIDESPORT está previsto um painel como o tema: DESEMPENHO DO SISTEMA PORTUÁRIO. O caso brasileiro será apresentado pelo Gerente de Desempenho Portuário e Estatística da ANTAQ, Fernando Antônio Correia Serra. O caso português terá como painelista Tiago Alexandre Rosado Santos, Professor e Pesquisador do CENTEC/IST Universidade de Lisboa – Portugal. O objetivo deste painel visa discorrer sobre os principais indicadores e dados estatísticos dos portos brasileiros e dos portos portugueses. No caso brasileiro, a movimentação de cargas no primeiro semestre de 2017 teve uma elevação de 4,7% em relação ao primeiro semestre de 2016. Os portos organizados de interesse público movimentaram 34% do volume de cargas, enquanto os terminais privados movimentaram 66%.
No segundo dia do CIDESPORT, 26/11, período vespertino, inicia-se com um painel que abordará os Desafios na Gestão e Desempenho de Portos Brasileiros. Serão apresentados o caso do Porto de Santos (SP), por meio de seu Presidente José Alex Botelho de Oliva; o caso do Porto de Pecém (CE), por Danilo Gurgel Serpa, Diretor Presidente do Porto; e, o caso do Porto de Itajaí (SC) que será apresentado pelo Superintendente do Porto, Marcelo Werner Salles. Este painel visa discorrer sobre o desempenho dos portos citados e principalmente sobre as dificuldades e desafios da gestão portuária, a partir das especificidades de cada porto.
Na sequência, o Gerente Jurídico da Portonave – Terminais Portuários de Navegantes, Diego de Paula discorre sobre o tema Marco Regulatório do Setor Portuário: Evolução e Perspectivas. Além dos resgate histórico, o palestrante enfatizará a complexidade do ambiente portuário, as excessivas exigências que recaem sobre os portos, o grande número de órgãos que interfere na atividade, enquanto aspectos facilitadores e limitadores da competitividade.
Após, o consultor da Fundação ValenciaPort (Espanha), Jonas Mendes Constante, abordará o tema A Revolução Digital no Setor Marítimo e Portuário: Desafios e Oportunidades para Autoridades Portuárias, Terminais e Armadores. O setor marítimo e portuário passa por um momento de transformação digital, impulsionado, principalmente pela ação de armadores e terminais portuários na busca de novas fontes de receita, na redução de seus custos, visando prosperarem em um contexto de maior consolidação do mercado e de taxas menores de crescimento da demanda.
A adoção de inovações trazidas pelas tecnologias digitais terão um impacto direto nos atuais modelos de negócios, na participação dos intermediários, no aumento da transparência da informação, entre outros fatores cruciais para a competitividade e desempenho das organizações do setor. Nesta palestra o consultor Jonas apresentará as motivações, iniciativas e projetos em curso, prováveis mudanças que ocorrerão no setor, e como os distintos stakeholders estão se posicionando neste novo cenário.
No último dia do evento, 27/10, inicia-se com a palestra Práticas Regulatórias e Vantagens Competitivas dos Países Signatários da Hidrovia Paraguai – Paraná que será apresentada por Ruy Alberto Zibetti e Eduardo Ratton – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná – UFPR. Na palestra, Zibetti e Ratton irão expor os objetivos do Estudo elaborado em cooperação entre a UFPR, por meio do ITTI, e a Agência Nacional de Transportes Aquaviáros (ANTAQ), que contempla assuntos de interesse dos cinco países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná (Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai). Apresenta-se três eixos de Estudo – Mercado, Infraestrutura e Regulatório – que evidenciam diagnósticos e análises atualizadas sobre a Hidrovia Paraguai-Paraná, bem como a identificação das redes de transportes existentes nos países signatários e as diferenças regulatórias entre os mesmos. “O estudo demonstra a necessidade de reduzir a grande dependência do transporte rodoviário na movimentação de cargas, sendo de extrema importância a participação voluntária de todos os países na elaboração do Estudo, já que é de interesse de todos”, ressalta Ratton.
A segunda palestra contempla o tema Investimentos de Risco em Infraestrutura Logística: O caso do Porto Itapoá (SC), a ser ministrada por Marja Weschenfelder – Gerente de Projetos, Processos, Estratégia e Inovação do Porto. A palestrante abordará a engenharia financeira adotada pelos acionistas do Porto Itapoá, envolvendo investimentos de risco. Com a ampliação, o Porto Itapoá terá sua capacidade quadriplicada, dos atuais 500 mil TEU´s anuais para 2 milhões de TEU´s. A previsão de conclusão das obras é 2022.
Encerra-se o IV CIDESPORT com o painel Custos da Cadeia Logística no Contexto Portuário. Integram o painel Custos Logísticos e sua Relação com a Cadeia Portuária que será abordado pelo professor Carlos Manuel Taboada Rodrigues, Coordenador do Laboratório de Desempenho Logístico (LDL) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Após o tema, Custos da Cadeia Logística Integrada no Contexto Portuário será apresentado por Evandro Moritz Luz, Pesquisador do Laboratório de Desempenho Logístico (LDL) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Como terceiro tema do Painel o Gerente Financeiro da Portonave S/A, Paulo Roberto Deschamps, discorrerá sobre o Sistema de Custos da Portonave – SC (Brasil).
O painel evidenciará o resultado de pesquisas internacionais que apontam os elevados custos logísticos no Brasil em comparação com outros países. Neste sentido, é fundamental que o Governo conduza mais e melhores investimentos em infraestrutura de transporte para melhorar a disponibilidade de modais e permitir que as empresas alcancem maior eficiência, evitando pressão de custos que limitam a competitividade do país. Assim, a logística deve ser vista como um aspecto facilitador para o País e não um obstáculo para o seu desenvolvimento.
(Fapesc, 22/10/2017)
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