Os problemas da poluição histórica no rio do Brás, em Canasvieiras, ficaram evidenciados no início de 2016, quando até máscaras foram distribuídas por um comerciante para amenizar o cheiro de esgoto. Desde então, a Casan pôs em prática 16 ações para auxiliar no processo de despoluição do rio, que ainda não está balneável, mas apresenta considerável melhora na condição da água. Tanto que no último domingo teve gente que aproveitou para se refrescar no rio.
O monitoramento da água começou a ser feito pela Casan no verão de 2016 e, desde então, a melhora da água do rio foi significativa, de acordo com o engenheiro da companhia, Alexandre Trevisan. Entre os parâmetros que mostram a melhoria dos índices de qualidade da água está o aumento da quantidade de oxigênio no local, que permite a respiração de animais.
A presença da bactéria Escherichia coli diminiu de 50 mil mililitros para 5.000, sendo que 25% dos resultados apresentaram valores abaixo de 800. Para ser balneável é preciso que quatro de cinco coletas seguidas resultem em resultados abaixo de 800. “Não é o ideal ainda, mas está melhorando. Ainda temos sedimentos muito contaminados no fundo do rio. Com o histórico daquela bacia, esse sedimento pode estar trazendo para a água contaminantes que estavam armazenados no sedimento”, afirma Trevisan.
A Casan optou por não intervir fisicamente no rio e colocou em prática ações para reduzir a poluição. A principal delas foi a ampliação da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Canasvieiras, que aumentou a vazão de 185 litros/segundo para 285 l/s. Além disso, os testes de fumaça foram importantes para detectar exatamente os problemas das redes e também foi implementada a primeira URA (Unidade de Recuperação Ambiental) do Estado. “Controlamos as fontes de poluição, e fizemos com que o sistema que promove uma grande melhoria da condição ambiental, que é o sistema de esgotamento sanitário, funcionasse em sua plenitude”, explica.
Plano para despoluição
A Casan deve finalizar e apresentar à prefeitura, até maio, um estudo para contribuir na despoluição do rio. Entre as possibilidades de intervenção está a dragagem, a abertura de maneira definitiva da foz do rio, ou então deixar que o rio se recupere naturalmente.
O modelo do programa Se Liga na Rede, da prefeitura, que foi fundamental para contribuir com a despoluição no rio do Brás, está sendo rediscutido entre prefeitura e Casan. De acordo com Lucas Arruda, superintendente da Grande Florianópolis da Casan, o foco agora é aperfeiçoar o programa para atuar de forma mais intensiva. “Estamos negociando para que a Casan execute o programa e a prefeitura fique com a supervisão. Antes a gente financiava e eles executavam. Agora a gente quer financiar, executar e eles vão supervisionar”, afirma. De acordo com Arruda, na região do rio do Brás os moradores estão quase totalmente conectados à rede.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 29/03/2017.
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