A Federação dos Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fapesc) divulgou nesta segunda-feira (1) que os pescadores artesanais catarinenses capturaram 3,578 mil toneladas de tainhas em 2016. O período da pesca do peixe, autorizada pelo governo federal, foi de 1º de maio até domingo (31).
Conforme o presidente da Fapesc, Ivo da Silva, esta foi a melhor safra dos últimos tempos. “Fizemos estatísticas e nos últimos 15 anos nunca tivemos uma safra tão boa, mas temos indicativos que o período pode ser ainda maior, nos últimos 30 anos”, afirma.
Segundo o presidente, 40% da produção do estado foi registrada em Florianópolis. Entretanto, as cidades de Bombinhas, Laguna, Passos de Torres, São Francisco do Sul, Garopaba, Imbituba e a praia da Pinheira, em Palhoça, tiveram relevante participação na safra.
Apesar do término oficial ser em 31 de julho, os cardumes começaram a se afastar da costa catarinense em 20 de julho, em direção ao Rio de Janeiro. Para o presidente, ainda é muito cedo para falar da expectativa de captura em 2017.
“Somente próximo de janeiro nós vamos saber se a safra será produtiva. Depende muito da temperatura da água no período e da reprodução do peixe”, diz o presidente.
Medidas para 2017
Apesar da boa safra de 2016, a Fapesc já se prepara para pressionar por liberações de licenças antecipadas para a safra de 2017. “Nós queremos que até fevereiro, no máximo março, as licenças da pesca artesanal sejam emitidas. Neste ano muitos pescadores foram ao mar antes de recebê-las”, disse Silva.
Segundo ele, com isso, houve prejuízo da federação em arcar com despesas de, por exemplo, transporte até Brasília para diálogo com a Secretaria de Pesca em busca de liberação dos alvarás.
A federação também vai buscar regularizar outras modalidades de pesca artesanal da tainha. “Criamos uma comissão que vai buscar a liberação das redes de raia, cerco, cassemalha, entre outras. Queremos que todas as modalidades sejam normatizadas”, disse Silva.
Pescadores industriais não receberam autorização
Em 14 de junho, a Secretaria de Aquicultura e Pesca liberou apenas três barcos de Santa Catarina para pesca industrial. Por lei federal, desde 1° de junho pescadores industriais poderiam lançar redes ao mar para pescar tainha.
O Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) informou nesta segunda (1) não ter a informação sobre o número de peixes pescados pela categoria, mas informou que representantes da Câmara Setorial da Pesca seriam consultados para uma estimativa, não informada até a publicação desta reportagem.
Segundo o Sindipi, medidas serão tomadas ainda este ano para buscar regularizar a situação de pescadores industriais. Ao todo, 43 embarcações tiveram as licenças negadas.
No dia 25 de julho, 50 toneladas de tainhas foram apreendidas no Litoral Norte, conforme a RBS TV. A safra foi apreendida de embarcações catarinenses que não tiveram a licença para pesca industrial concedida, mas seguiram ao mar. O peixe foi doado.
(G1 Santa Catarina, 01/08/2016)
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