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Grandes e belas sacadas: Um olhar incomum sobre a Capital

Você costuma olhar por onde anda? Sim, porque na maioria das vezes a pressa, as inúmeras preocupações cotidianas, se são capazes até mesmo de tornar as pessoas invisíveis, imagine os prédios históricos. Acostumado, por ofício e talento a ter um olhar incomum sobre a vida e a cidade, o fotógrafo do DC Daniel Conzi produziu um ensaio com imagens das sacadas dos prédios do Centro Histórico da Capital.

Nas cenas, o registro da história da arquitetura da cidade onde a casa revelava o bom gosto e a fortuna do dono.

– Produzir um ensaio olhando para o alto foi uma forma que encontrei de compartilhar alguns séculos de belíssimos detalhes arquitetônicos, que passam despercebidos para muita gente – diz Daniel.

Pois quando você passar pelas ruas Conselheiro Mafra, Largo da Alfândega, Praça XV e arredores dê uma leve empinada no nariz e embarque numa viagem pela história da cidade.

Na Praça XV, o Palácio Cruz e Sousa é um belo exemplar arquitetônico do século 18. A Catedral construída em 1753, forma junto com a igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (1830), na Rua Marechal Guilherme, construída pelos e para os escravos e a de São Francisco da Ordem Terceira da Penitência, de 1803, na Deodoro, a arquitetura religiosa do Centro.

Na Conselheiro Mafra, sobrados coloridos e hoje razoavelmente cuidados, faziam parte de uma área nobre, próxima ao Mercado Público, ao porto e à Catedral. Famílias ricas tinham bandeira (que muitas vezes indicava a profissão do dono) na porta de ferro repleta de ornamentos. Nos prédios, os caixilhos das janelas tinham formatos variados, o beirado e os ladrilhos enfeitavam toda a parede frontal, conforme relatou a estudiosa Olga Cruz no livro Habitação, de 1956.

As sacadas eram gradeadas com desenhos e arabescos, com pinhas nos cantos, executadas em ferro retorcido, também tinham ganchos que em noites de procissão sustentavam os globos de vidro com velas.

(Jacqueline Iensen, DC, 27/02/2009)

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