Dos 50 quilômetros de extensão da Alça de Contorno Viário da Grande Florianópolis, em torno de 16 estão prontos, segundo a empresa concessionária do trecho, a Autopista Litoral Sul. O mais adiantado é o de São José, onde as obras estão mais de 50% concluídas, e o mais atrasado o de Palhoça, onde ainda não se iniciaram. Depois de pronta – a previsão é que mesmo com chuva e alguns entraves seja inaugurada em 2018 -, a obra poderá trazer alívio para motoristas em um trânsito com maior fluidez.
O taxista Peterson Silva, 31 anos, amarga os prejuízos da falta de mobilidade, e acredita que poderá aumentar em 50% a quantidade de corridas diárias com o Contorno pronto e o desvio do fluxo de caminhões da cidade onde trabalha, em Palhoça. Segundo dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), pelo menos 20 mil caminhões do total de 180 mil veículos que passam pela Grande Florianópolis poderiam usar a nova via de acesso que liga Palhoça e Biguaçu, ao invés da já congestionada BR-101.
Quem administra as cidades do entorno também é unânime em apontar a obra do Contorno como uma saída para melhorar o trânsito na região, assim como quem trabalha com o transporte de passageiros. O gerente operacional da Jotur, Alexandre Dal Castagne acredita que o Contorno pode melhorar, em média, 30% do fluxo na BR-101. No entanto, ele defende que a Via Expressa (liga a BR-101 a Florianópolis) seja quadruplicada e haja a implantação de corredores exclusivos, ainda que somente em horários de pico, para diminuir o tempo de deslocamento de Palhoça à Capital. “Hoje uma viagem até o Centro leva em torno de 70 minutos, quando poderia ser feita em 15 minutos”, compara. Os motoristas dos coletivos precisam fazer desvios até a Via Expressa, onde se deparam com maior lentidão no tráfego. A Jotur transporta diariamente 45 mil passageiros. Mais da metade para ir a São José ou à Ilha.
Trechos das obras
As obras da Alça de Contorno começaram em 2014, primeiro em São José. Nos 50 quilômetros de pista estarão seis túneis, pontes e acessos. Do total de área a ser usada, 55% está livre para a construção. Em Biguaçu, os trabalhos de terraplenagem iniciaram em maio, 60 dias após a Autopista receber as licenças ambientais para a construção do chamado trecho norte. Homens e máquinas fazem a drenagem e remoção de solo mole, em preparação à passagem da rodovia federal. Em outubro, os trabalhos chegaram a ser embargados e depois liberados em parte do trecho que passa junto ao aterro sanitário da cidade. A interrupção foi pedida pela empresa Proactiva, que recolhe o lixo de 23 municípios da Grande Florianópolis. “Ela permitiu que continuássemos os trabalhos na região, exceto em 1.800 metros próximos ao aterro. Em janeiro, apresentaremos um novo projeto com alteração no traçado”, informa o gerente de obras da Autopista, Marcos Guedes. A concessionária administra 245 quilômetros da BR-101, em Santa Catarina, entre Garuva e Palhoça.
Em Biguaçu, a construção passará por áreas rurais como os bairros Sorocaba de Fora, Fazenda, Limeira e Santa Cruz, e urbanos de Estiva, Três Riachos e Santa Catarina. Parte desse trecho passa pela etapa de geodrenagem. “Em alguns pontos esse trabalho no solo durará seis meses, em outros locais, serão necessários até 18 meses”, detalha Marcos Guedes.
Em Palhoça, onde as obras ainda não começaram, o problema são as desapropriações. Em grande parte delas falta a apresentação da documentação dos imóveis, pelos proprietários, para ser feito pagamento, já depositado em juízo. Descontente com os valores oferecidos pela Autopista, dezenas de famílias de Palhoça acionaram a Justiça para pleitear quantias mais elevadas.
Leia na integra em Notícias do Dia Online, 13/11/2015
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