Quem olha em volta praticamente não percebe, mas Florianópolis é a segunda capital com maior área proporcional de mata natural do país. São 25% de cobertura vegetal, de acordo com o Atlas de Remanescentes Municipais divulgado nesta quarta-feira (11) pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Concentradas na porção insular, com 424,4 km² de área territorial, as áreas verdes da cidade incluem florestas nativas, refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues e restingas.
O maciço sul, entre Morro das Pedras e Naufragados, é mapeado pela Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente) como a floresta mais protegida da Ilha. Lá, ainda é possível encontrar árvores seculares de canela preta, cedro e peroba, espécies praticamente dizimadas nas demais encostas da Ilha. “É onde mantemos a reserva biológica que protege nascentes da Lagoa do Peri, manancial que abastece 100 mil pessoas na região”, diz Mauro Manoel da Costa, 48, chefe da unidade de implantação e manejo das unidades municipais de conservação ambiental.
Segundo levantamento da Floram, 42% do que restou da mata atlântica em Florianópolis estão áreas tombadas, unidades de conservação e APPs [áreas de preservação permanente]. “O desmatamento em grande escala terminou nos anos 1970. De lá para cá, há um trabalho formiguinha de regeneração que começa a dar bom resultado”, diz.
Com áreas densamente habitadas e cercadas por fragmentos florestais em estágio secundário de regeneração, o maciço norte inclui cadeias de morros localizadas entre Rio Tavares, Lagoa da Conceição, Rio Vermelho e Vargem Grande. “É a área de mata mais extensa e contínua, mas com grande ocupação”, emenda Costa, que cita o futuro Parque Municipal do Maciço da Costeira do Pirajubaé como uma das ações regenerativas.
Na área central, no maciço do Morro da Cruz são apenas 215 hectares de mata restantes no entorno urbano. O restante se assemelha ao maciço do Estreito, onde o corte de lenha e a ocupação desordenada transformaram os 12,1 km² do território continental da cidade em “topete” de arbustos.
Floresta vigiada por satélite
A mata atlântica é a floresta mais ameaçada do Brasil, com apenas 12,5% da área original preservada. Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de três hectares.
Neste ano, dados atualizados e o histórico das cidades abrangidas pela Lei da Mata Atlântica poderão ser acessados no hotsite ‘Aqui Tem Mata’, que apresentará de forma simples e interativa as áreas remanescentes no país. Com opções de busca por localidade, mapas interativos e gráficos, a ferramenta está disponível para web, tablets e celulares, com os dados acessíveis e reutilizados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 11/11/2015
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