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Por mais espaços de convivência, Florianópolis pode regularizar os parklets

O espaço de convívio com bancos, mesa ao centro e uma estrutura segura ao ar livre instalado no lugar de uma vaga de estacionamento na rua é um dos passeios favoritos dos primos Felipe e Julia. Eles moram em um prédio da rua Luiz Delfino, próximo à avenida Beira-Mar Norte, onde foi instalado um dos parklet durante a Bienal Brasileira do Design, no início deste ano. “As crianças adoram vir aqui. Ficamos mais tranquilos e elas podem brincar ao ar livre, já que são poucos espaços como este na cidade”, diz a avó Ledilma Maria Vieira.

A minipraça de 30 m², um novo conceito de urbanismo, aplicado em diversas cidades desenvolvidas do mundo, chegou a Florianópolis com mais força. Além deste parklet, outro foi instalado em Jurerê Internacional também durante a Bienal, mas a ideia da Prefeitura de Florianópolis é expandir e padronizar o projeto.

Um protótipo será instalado no início de agosto na rua Osmar Cunha, Centro. Enquanto isso, tramita na Câmara de Vereadores o projeto de lei 15.855/14, que prevê a implantação das minipraças. O projeto deve ir à votação nos próximos dois meses. Os parklets serão supervisionados pelo Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) e pela Secretaria de Mobilidade Urbana da Capital.

A ideia, de acordo com o vereador Ed Pereira (PSB) é reaproveitar o espaço público e dar preferência ao pedestre. “Hoje a cidade é pensada para carros, precisamos de mais espaços para os pedestres. Um espaço como este em que as pessoas aumentem as interações pessoais, possam descansar, conversar. E o melhor: o município não terá custo nenhum, já que a ideia é que os empresários financiem os parklets. Mas é um projeto voltado sempre para o uso público”, ressalta. O vereador salienta ainda que os parklets deverão ser padronizados para não apresentarem perigo à segurança das pessoas.

Garantia de sucesso

Com bicicletário, sacos plásticos para quem passeia com cachorro, cinzeiro, plantas, lâmpadas e espaço acessível a cadeirantes, além de mesinhas, o espaço de convivência é garantia de sucesso. “Fizemos essa experiência pela primeira vez há dois anos de forma provisória com os alunos da Unisul, e o resultado foi ótimo. As pessoas utilizam mesmo. Precisamos criar mais zonas qualificadas como esta, bem planejadas e equipadas, em locais adequados. É importante evitar lugares com grande fluxo de veículos”, defende o arquiteto e urbanista Silvio Prado.

Criado em San Francisco, Estados unidos, em 2003, o parklet surgiu com o intuito de usar a vaga de um carro durante um dia – como forma de discutir a existência de espaços dedicados aos veículos e dos espaços dedicados às pessoas. Como a ideia deu certo, o modelo foi implantado e se expandiu para outros lugares. No Brasil, os parklets começaram a aparecer há cerca de dois anos em São Paulo. Hoje, outras cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia estão em processo de aprovação de seus primeiros parklets regulamentados.

DEFINIÇÃO

Mais sobre os parklets

O que é

Conceito que veio da Europa, onde é instalado no lugar de uma vaga de estacionamento um espaço de convívio para o público.

Onde não deve ser implantado

É importante estudar e planejar o local e a estrutura do parklet. Evitar vias de grande fluxo de carros, como as avenidas Rio Branco e Hercílio Luz. Utilizar em espaços próximos a residências, escolas, universidades e comércios.

Quanto custa

O custo depende do projeto, escolha do local, processo de mapeamento e materiais escolhidos para a estrutura. Valor médio de R$ 20 mil. O projeto, em Florianópolis, deverá ser financiado por empresas interessadas, após aprovação do projeto de lei na Câmara.

(Notícias do Dia Online, 23/07/2015)

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