Oportunidade e desafio. Esses são os dois conceitos que norteiam as rotas estratégicas de crescimento até 2022 dos setores da construção civil e economia do mar catarinense.
Eles estarão em debate hoje pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) às 19h no Hotel Mercure, em Balneário Camboriú.
No evento, também serão apresentados os resultados de um projeto da Fiesc que aponta tendências e obstáculos a ser superados por diversos setores para construir um futuro econômico sólido. A cidade para a apresentação foi escolhida pela relação do Litoral Norte com os assuntos discutidos neste painel.
A economia do mar foi dividida pelos autores do estudo em quatro segmentos: alimentos, indústria naval, portos e transporte marítimo e recursos oceânicos. Um dos principais destaques catarinenses, conforme o relatório, está no primeiro dos itens.
O Estado responde pela maior parte da produção de pescado e aquicultura do Brasil, representando 15% do total nacional. O crescimento médio no número de empregos também tem registrado índices expressivos, com aumento de 5%, contra 0,7% do país.
Apesar dos dados positivos, a avaliação da Fiesc aponta dificuldades em atrair e reter mão de obra qualificada, além de indicar a existência de muita informalidade no segmento, sobretudo na pesca artesanal. O investimento em tecnologia e em melhorias de parte da frota pesqueira também são pontuados como fundamentais para melhorar a competitividade.
O objetivo para 2022 é ter uma cadeia produtiva moderna, que use integralmente o pescado e gere alimentos de alto valor agregado. A partir daí se conquistaria o reconhecimento de Santa Catarina como modelo na produção sustentável do pescado e a consolidação do Estado como o principal produtor brasileiro, com destaque para a aquicultura.
— Qualificação da mão de obra e o avanço tecnológicos estão entre as ações mais importantes, até porque há forte relação entre elas — diz o diretor de Desenvolvimento Institucional e Industrial da Fiesc, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
Santa Catarina também aparece bem posicionada nos portos e transporte marítimo, tendo a sétima maior estrutura portuária do país e a nona maior movimentação de cargas nacional – chega a mobilizar 37 milhões de toneladas por ano. Empregando 6,9% dos cerca de 80 mil trabalhadores portuários de todo o Brasil, o Estado volta a registrar crescimento de postos de trabalho superior à média nacional: 13% contra 9,1%.
Neste cenário, o estudo analisa que os resultados poderiam ser ainda melhores, mas a carência de investimentos para a modernização dos terminais marítimos e melhoria da infraestrutura de acesso prejudica o desempenho.
Ao se pensar o setor em 2022, os especialistas do estudo ressaltam a importância de Santa Catarina ser reconhecida como o polo portuário mais efetivo do país, com excelência no sistema logístico multimodal, por meio do desenvolvimento planejado e da responsabilidade socioambiental.
Vencer o reduzido número de trabalhadores qualificados, a legislação ambiental rígida e o excesso de regulamentação e burocracia são outros desafios que devem cruzar os mares catarinenses nos próximos anos.
Na indústria naval, a intenção é ser referência no desenvolvimento tecnológico e no fornecimento de peças e embarcações. Já nos recursos oceânicos, as conclusões detalham que há pouco conhecimento sobre as fontes do litoral catarinense.
(Diário Catarinense, 04/12/2014)
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