Duas empresas que trabalham com geradores eólicos estão próximas de se instalar em Laguna, no Sul de SC, em 2015. A informação é do prefeito da cidade, Everaldo dos Santos.
A Consult Engenharia, de Porto Alegre, está com as licenças ambientais na mão. O diretor e engenheiro Leo Riffel aponta que serão cerca de R$ 650 milhões investidos em 50 aerogeradores, que ficarão no Farol de Santa Marta, na Comunidade Madre e também em Jaguaruna. O projeto depende da Celesc, que pode contratar 40% da energia gerada pelo parque ao mês.
Na última semana, o projeto Complexo Eólico Lagunar, da RDS Energias Renováveis, de Florianópolis, foi apresentado ao Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) de Laguna. O projeto prevê a instalação de 249 unidades aerogeradoras em uma área de 5 mil hectares nas comunidades Madre e Campos Verdes, composto por três subcomplexos e seis parques eólicos. As unidades, de 120 metros de altura e hélices de 50 metros cada, terão capacidade de 2MW, somando um total de 578 MW de produção de energia que irá para a rede de SC.
Em 2011, a RDS já tinha obtido a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para se instalar em Laguna. A previsão de investimento no projeto é de R$1,8 bilhão. Além de empregos, a energia eólica trará benefícios aos 43 proprietários que arrendaram as terras para instalação dos aerogeradores. Por 35 anos, receberão 1% do lucro produzido em cada torre nas propriedades.
Leia a entrevista com Jorge Lewis Esswein, engenheiro responsável pelo Complexo Eólico Lagunar
Diário Catarinense — Quais aspectos do projeto já foram apresentados?
Jorge Lewis Esswein — Foram apresentados os detalhes técnicos para que a sociedade de modo geral tome conhecimento das nossas intenções na região. É um projeto que estamos desenvolvendo desde 2010 e está entrando nos trâmites finais, muito próximo da construção. Nós também estamos apresentando pois pode existir algum pedido ou solicitação especial.
DC — Por que Laguna foi a cidade escolhida para a implantação do projeto?
Esswein — Laguna apresenta o melhor potencial eólico de Santa Catarina. O vento tem uma boa velocidade. Além disso, tem outras características positivas: o Porto de Imbituba próximo, a BR-101 praticamente duplicada, que facilitaria o transporte dos geradores. São materiais de grande porte e que necessitam de um transporte especial. Também por ter próximo a Laguna uma facilidade de conexão ao Sistema Interligado Nacional de energia elétrica. Existem diversas linhas de transmissão e subestações próximas à cidade. Então, não existe a necessidade de se construir uma longa linha de transmissão quando o empreendimento for construído.
DC — Como foi a verificação do potencial da cidade?
Esswein — Tem um ato eólico elaborado pela Eletrobrás que já apresentava indícios de que a região tinha vento. Em 2011, nós instalamos duas torres de medição anemométrica (sistema que mede a velocidade do vento), nas comunidades de Campos Verdes e Madre, uma de 100 metros de altura e outra de 120 metros. Elas monitoram todos os dados do vento, em diferentes alturas, para que tenhamos certeza do potencial e das principais características do vento, que são importantes para o empreendimento.
DC — E o que falta para o Complexo Eólico Lagunar sair do papel?
Esswein — Ainda temos uma pendência do projeto, que é uma licença ambiental da Fundação do Meio Ambiente. Nosso estudo foi protocolado em setembro de 2012. Vamos aguardar, esperamos obter. O objetivo é ter condições de cadastrar o empreendimento no leilão de energia, em abril de 2015. Consagrando-se vencedor desse processo, inicia-se a construção do projeto. Esse é o cronograma básico.
(DC, 11/11/2014)
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