A diretoria da Cooperativa de Táxis do Aeroporto Internacional Hercílio Luz terá que prestar contas na Justiça e explicar onde foram parar R$ 1,4 milhão. O rombo no caixa foi levantado através de uma auditoria nos balancetes entre 2008 e 2013. O processo corre na 6ª Vara Cível da Capital e está em fase de citação. Na Justiça criminal, uma “notícia crime” ainda aguarda manifestação do Ministério Público sobre apropriação indébita.
Falta de comprovantes dos pagamentos de corridas nos cartões de crédito e débito; do recolhimento de impostos federais, estaduais e municipais e transferências para suprimento de caixa sem o devido registro foram os principais pontos da auditoria realizada na organização que comanda 52 táxis no aeroporto. “Esse problema foi descoberto há algum tempo e os cooperados questionaram o déficit em assembleia”, conta o advogado Josué Ledra Leite, que defende um dos permissionários na ação de prestação de contas. “No entanto, foi decidido também em assembleia que todos iriam pagar pelo prejuízo, através de um rateio”, completou o advogado.
Em impostos, a cooperativa teria recolhido R$ 797 mil dos cooperados, mas não há comprovação desses pagamentos, segundo a auditoria. O presidente da cooperativa, Luiz Carlos Vieira Junior, alega que a diferença de mais de um milhão apontada na auditoria é resultado de uma série de erros administrativos cometidos ao longo dos anos. “Na verdade havia uma falta de comunicação entre o setor administrativo e contábil da cooperativa. Vamos fazer a prestação de contas e apresentar o que temos. Encontramos coisas que a auditoria disse que não existia”, contou, atrás de uma pilha de notas que está recolhendo para a audiência ainda sem data marcada.
O secretário de Mobilidade Urbana, Valmir Piacentini, informou que pelo fato de ser uma organização independente da Secretaria nenhuma medida será tomada por enquanto.
Sindicato não fala sobre o assunto
Luiz Carlos Vieira Júnior informou que o rombo já teria sido quitado através do rateio entre os cooperados, e que a dívida, se trata, de uma questão interna. “Todos decidiram em assembleia que esse assunto seria resolvido internamente”, emendou Luiz Carlos Vieira Junior. Procurados pela reportagem do Notícias do Dia, três cooperados preferiram não falar sobre o assunto, sob o argumento de que a questão está sendo resolvida internamente. O presidente do Sindicato dos Taxistas, Zulmar Faria, que também é cooperado, disse que o sindicato não vai interferir. “Esse é um problema da cooperativa e a questão já foi resolvida em assembleia”, disse.
Sobre o não pagamento de impostos, Carlos alega que a cooperativa fez um refinanciamento da dívida e que ela não vinha sendo recolhida devido a um erro na cobrança das corridas recebidas no cartão de crédito. Segundo a auditoria, apesar de deduzir os impostos e despesas da cooperativa de todos os táxis, os impostos não eram pagos.
A Secretaria da Fazenda de Florianópolis informou que não há registro de dívida nem tampouco de que tenha havido refinanciamento no nome da Cooperativa Aerotáxi dos Motoristas Profissionais Proprietários de Táxi Internacional Hercílio Luz.
Cooperativa Táxi do Aeroporto:
Táxis: 52
Por ser uma cooperativa tem regras próprias.
Todo o valor arrecadado com os táxis da cooperativa vai para um fundo e o dinheiro é distribuído entre os cooperados.
Desses valores são deduzidos os custos da organização.
As taxas de táxi no aeroporto são superiores devido aos encargos que a cooperativa tem com o aluguel de guichês e licenças da Infraero.
( Notícias do Dia Online, 27/08/2014)
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