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Arigatô

Artigo escrito por Dorvalino Furtado Filho, Pós-graduado em administração pública e Marketing e Médico Veterinário (A Notícia, 18/09/2008)

Pode ser uma revelação inédita, mas a história diz que uma tempestade “amiga” trouxe os primeiros quatro japoneses para Santa Catarina há 205 anos. Isso mesmo. Em 1803, um navio russo foi obrigado a atracar no Estado para escapar do perigo de um naufrágio iminente e se, por acaso, as águas calmas de SC não aceitassem esses “heróis” japoneses, a realidade poderia ser outra e o Estado não teria, também, germinado a semente de uma amizade perene. E o Brasil manteve essa amizade cem anos depois, com a “segunda” chegada de imigrantes do Japão, que aportaram nas águas do Porto de Santos, em 1908.

Mas Santa Catarina foi privilegiada. Por uma decisão visionária do ex-governador Jorge Bornhausen, em 1982 firmou o convênio de Estado-irmão com a província de Aomori, trazendo para o Estado a luz do sol do Japão. Começou, assim, uma troca de ideais que se mantém ao longo do tempo pela também valorização de todos os governos catarinenses, após Jorge e Henrique Córdova.

Com esse convênio, os catarinenses estão ganhando, e muito, em relação aos intercâmbios culturais e científicos, pela capacitação, em Aomori, de estudantes e profissionais nas diversas áreas da ciência. Priorizaram-se as áreas de agricultura, pesca e aqüicultura, aproximando, ano a ano, Aomori de Santa Catarina. Chamada lá de Aomori Shi, esta cidade é a principal de Aomori Ken (Estado). Sua população é de 311 mil habitantes.

Nosso Estado está distante 20 mil km do Japão e de Aomori, mas há muito tempo estamos próximos, tanto por freqüentarmos cursos oferecidos por eles (eu estudei por um ano em Aomori) quanto pelos intercâmbios culturais e esportivos e também pelas cooperações econômicas.

Nestes cem anos de plena amizade com o Japão no Brasil, Aomori é uma das catalisadoras desse amor entre povos. Os brasileiros têm orgulho dos japoneses que vivem no País, mas muitos catarinenses que tiveram suas “auras mais coloridas” pelos japoneses gostariam de expressar eternamente: tomodati (s): domo arigatô gozai i-mashitá. Kokoro kará des (“amigos: obrigado e de coração”).

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