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Teleférico de Florianópolis deve ficar pronto em 2016

Uma obra que pretende desatar alguns nós da mobilidade urbana em Florianópolis, cidade na qual o transporte público depende umbilicalmente dos ônibus. E como estes nem sempre rodam, cresce a dependência por um meio de transporte alternativo. Assim, a Prefeitura da Capital aposta no teleférico – que ainda está na fase de projeto básico, – como desafogo para os problemas de locomoção na cidade. O novo modal inclui em seu trajeto três pontos de embarque e desembarque: aterro da Baía Sul, alto da Caeira do Saco dos Limões, no Maciço do Morro da Cruz, e praça Santos Dumont, próximo à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) na Trindade. Sem previsão exata do início das obras, a Prefeitura da Capital está elaborando o edital de contratação da obra, feito em RDC (Regime Diferenciado de Contratação).

O prefeito Cesar Souza Júnior explica que no RDC, a empresa disputa a licitação e depois elabora o projeto executivo da obra. A intenção é acelerar o processo, que demandará tempo. “O RDC facilita porque junta as fases de projeto e obras. Se pega o projeto básico, tira um orçamento de obra e licita. Quem ganhar a obra tem que pagar o projeto. A gente ganha uma etapa. O projeto anda mais rápido. É para dar celeridade às obras”, resume.

Diretor de projetos da secretaria de Obras, o engenheiro Carlos Alberto Riederer, afirma que o edital de contratação deve ser concluído até outubro, pois ainda são estudadas questões ambientais e de patrimônio no trajeto do teleférico. Depois é aberta concorrência entre empresas interessadas, o que deve levar entre 60 e 90 dias. Após concluir a licitação e decidir pela empresa com o preço mais baixo, a prefeitura aguardará a elaboração do projeto executivo. “Fazer um projeto desses leva de seis meses a um ano. Mas o RDC será importante porque no caso do teleférico cada empresa tem suas peculiaridades. A que vencer fará do seu jeito”, observa.

A obra só deve começar efetivamente no segundo semestre de 2015, quando começa o trabalho pesado, lembra Riederer, com a fabricação dos equipamentos (cabines), construção e instalação das torres de sustentação e lançamento dos cabos de aço pelos quais deslizará o teleférico. “O teleférico é um projeto para funcionar em meados de 2016, não é uma obra simples”, destaca.

Características

Os locais de embarque e desembarque do futuro teleférico são de fluxo intenso de pessoas. Na região da UFSC, milhares de estudantes, professores e moradores das proximidades sofrem diariamente com o pesado tráfego no local. No maciço do Morro da Cruz, onde há um aglomerado de comunidades na qual vivem mais de 20 mil pessoas, segundo números da secretaria de Habitação, os ônibus hoje são o único meio de transporte coletivo para a população. Já o Ticen (Terminal do Centro), ponto mais movimentado da cidade, onde circulam mais de 200 mil pessoas diariamente, de acordo com a prefeitura, teria um desafogo em sua operação.

“O teleférico será um novo modal para atender diretamente três dos pontos com maior circulação de pessoas na cidade”, afirma Domingos Zancanaro, secretário de Obras da Capital.

Orçada em R$ 64 milhões, a obra será financiada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, junto com dinheiro da prefeitura. O teleférico terá uma extensão total de três quilômetros. O tempo de trajeto calculado é de 12 minutos. O preço da passagem ainda não foi analisado.

A intenção, ressalta o prefeito Souza Júnior, é fazer com que a população do Maciço do Morro da Cruz seja beneficiada com deslocamento rápido e seguro. “Vai ser bom para quem mora no Maciço. Vai ser bom para o transporte da cidade toda. E vai ser um belo atrativo turístico”, avalia Souza Júnior. Segundo a Prefeitura, o teleférico deve impactar positivamente a vida de 20% da população de Florianópolis.

Detalhes do projeto

O secretário de Obras Domingos Zancanaro explica que o teleférico terá de 16 a 32 cabines, pois isso ainda será definido durante a elaboração do projeto final. Cada cabine, afirma, transportará de oito a 10 passageiros. As torres de sustentação serão semelhantes as que existem no teleférico turístico de Balneário Camboriú, feitas de concreto e metal. As cabines serão construídas com materiais leves e de alta resistência, como a fibra de carbono, de acordo com Zancanaro. “O projeto ainda precisa avaliar melhor algumas condicionantes, como helipontos no caminho do trajeto e as variações do trajeto, que passará sobre morros e edifícios”, destaca o secretário.

O teleférico será capaz de transportar até 3 mil passageiros por hora, informa Zancanaro. Seu horário de funcionamento ainda não foi definido, mas a expectativa é de que opere entre as 6h até perto da meia noite. “Alguns detalhes ainda precisam ser melhores discutidos, mas será um grande passo para a mobilidade de Florianópolis e região”, conclui.

CRONOGRAMA

Dezembro de 2013 (concluído)

Prefeitura conclui o projeto básico do teleférico.

Maio de 2014 (concluído)

Caixa Econômica Federal libera recursos para a obra.

Outubro de 2014

Conclusão do edital de contratação e abertura do processo licitatório

Dezembro de 2014/janeiro de 2015

Contratação da empresa responsável por executar a obra

De seis meses a um ano depois

Elaboração do projeto executivo pela empresa vencedora da licitação

Final de 2015

Início efetivo da obra, que não tem prazo para ser concluída

(ND, 23/06/2014)

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