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Confronto na USFC: Ministério Público recebe nomes dos 34 indiciados

A Polícia Federal (PF) divulgou ontem, após uma entrevista coletiva, um CD com os nomes das 34 pessoas indiciadas pelo tumulto que terminou em confronto com policiais no dia 25 de março na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O Ministério Público Federal (MPF) agora tem 15 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, para avaliar se irá oferecer denúncia criminal contra os indiciados ou pedir o arquivamento.

Para chegar à identificação das pessoas, a PF buscou recursos tecnológicos como imagens gravadas por telefones celulares, pesquisas em banco de dados e sites e métodos tradicionais como diligências.

As informações estão no relatório de inteligência policial de 151 páginas divulgado ontem pelo superintendente da PF em Santa Catarina, delegado Clyton Eustáquio Xavier. A entrevista coletiva foi acompanhada pelo procurador do MPF, João Marques Brandão Néto.

De acordo com Xavier, entre os indiciados estão quatro professores: Paulo Pinheiro Machado, diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), Sônia Maluf, vice-diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, Wagner Damasceno, da Antropologia, e Paulo Rizzo, do curso de Arquitetura e Urbanismo.

O superintendente ainda afirma que apenas uma das 34 pessoas indiciadas aceitou falar na fase de depoimentos e que não ficou constatado que houve excesso dos policiais que atuaram no tumulto.

– É importante dizer que ser indiciado não significa que a pessoa seja culpada, e sim que há indícios de que ela pode ter feito alguma coisa – destacou o procurador do MPF.

Defesa questiona a divulgação

As advogadas de defesa dos estudantes e professores, Daniela Felix e Luzia Cabreira, também compareceram à coletiva. Elas questionaram a divulgação dos nomes dos indiciados, pois afirmaram que o inquérito policial estaria em segredo de Justiça, o que foi negado pelo superintendente e pelo procurador da República.

– Até então, segundo o sistema processual da Justiça Federal, onde está cadastrado, o inquérito está como segredo de justiça, motivando no início, inclusive, a negativa de acesso aos advogados. Vamos analisar este assunto – afirmou Daniela.

Daniela ainda discorda que os professores, conforme afirmou o delegado, teriam tido participação ativa na confusão no bosque da universidade.

– Sob o nosso ponto de vista, os fatos foram ocasionados por uma ação ilegítima e desproporcional da Polícia Federal, sustentada em uma investigação de tráfico pelo setor de inteligência, como mesmo dito pelo delegado na coletiva de imprensa, que apreendeu, conforme o laudo pericial, 8,9g de maconha, apreensão essa dentro de circunstâncias muito questionáveis – disse.

Ela ainda acrescenta que por se tratar de um crime comum, a defesa irá questionar inclusive a legitimidade da PF para investigar e apurar esse tipo de crime.

No final do documento, os investigadores afirmam que a identificação e confirmação dos envolvidos não está esgotada e outros meios de investigação podem levar às identidades de outras pessoas supostamente envolvidas.

(DC, 17/06/2014)


Passeata pede polícia no campus

Está marcada para hoje, às 12h, uma passeata pedindo a presença da Polícia Militar no Campus da UFSC, em Florianópolis. O movimento se reunirá em frente à Reitoria e visitará locais onde foram registradas ocorrências graves este mês, como sequestro-relâmpago e assalto à mão armada.

A mobilização organizada via Facebook até ontem à tarde tinha 3 mil pessoas confirmadas. O organizador Vinnycius Gutierrez, aluno de Engenharia de Produção, se mobilizou após o colega de quarto ser vítima de assalto à mão armada.

– Já foi chocante ter duas ocorrências graves com alunos da universidade em menos de uma semana. Quando meu colega chegou em casa após o roubo, senti como aquilo estava próximo. A situação não pode seguir como está – disse.

De acordo com dados apresentados pelo Grupo de Trabalho Executivo (GTE) da UFSC, durante Audiência Pública de Segurança na universidade, em maio, houve aumento nos índices de violência no entorno do campus neste ano. Até a data da apresentação, foram registrados 67 boletins de ocorrência envolvendo a UFSC, sendo cinco relacionados a assaltos, arrombamentos de instalação e roubo de veículo.

(DC, 17/06/2014)

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