A educação ambiental e o contato das pessoas com borboletas e outros insetos nativos da Ilha de Santa Catarina são o foco do primeiro borboletário de Florianópolis, que será inaugurado nesta quinta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, no Parque Ecológico do Córrego Grande. O espaço recebe o nome de Woody Benson, em homenagem ao ecologista norte-americano que estuda borboletas há mais de 40 anos no Brasil.
A inauguração do borboletário é fruto de um projeto de extensão realizado desde 2008 pela professora de ecologia do departamento de ecologia e zoologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Malva Isabel Medina Hernández, junto com alunos de ciências biológicas. Além do insetário, que já abrigava besouros, louva-a-deus e bichos-pau, agora as frequentadores podem ter contato com pelo menos cinco espécies de borboletas vivas. “Queremos mostrar esses animais para as pessoas, que elas tenham contato e saibam da importância que eles têm para o ecossistema. Quando se conhece algo, você aprende a respeitar”, diz.
Segundo Malva, a importância do contato das pessoas com insetos serve, principalmente, para desmistificar algumas lendas, como a de que o louva-a-deus é venenoso ou de que tocar em uma borboleta e depois nos olhos pode deixar a pessoa cega. Quem ficou encantada com os animais foi a pequena Sophia Constanty, 4 anos. O colorido e a diversidade das borboletas despertaram a curiosidade dela.
No borboletário, que tem entrada gratuita, será possível ver todo o ciclo de uma borboleta, que dura cerca de um mês, desde o nascimento como lagarta, o desenvolvimento como casulo e a forma final, como borboleta. O local será aberto em dias específicos (veja quadro ao lado) e fica mais habitado por borboletas entre os meses de setembro e maio, pois no inverno elas ficam reclusas.
Com material reciclado, borboletário custou R$ 3 mil
As cinco espécies de borboletas foram escolhidas pela facilidade na criação e por não sofrerem dentro do cativeiro. As espécies são basicamente de dois tipos: as nectarívoras, que se alimentam dos néctares das flores, e as frugívoras, que se alimentam de frutas em decomposição. “Pegamos elas na natureza, aqui mesmo no parque, criamos e depois as soltamos novamente”, explica a professora Malva Isabel Medina Hernández.
O principal cuidado para manter as borboletas é, basicamente, com a alimentação. Os alunos que trabalham no borboletário cuidam principalmente das plantas para as frugívoras, as mais difíceis de criar.
O local é feito inteiramente com materiais reciclados. Cercado por bambu, o borboletário tem telhado para evitar a forte incidência de chuva, é privado de vento forte e é iluminado pela luz do sol com garrafas PET. Para construí-lo, foram gastos R$ 3 mil. Para Malva, este ainda não é o borboletário ideal, com grande capacidade para a criação, estudo e pesquisa de borboletas.
CURIOSIDADES
Os insetos são fundamentais para a manutenção do ecossistema, servindo de alimento para outros animais como sapos, aranhas e pássaros.
Além de servirem como alimento, os insetos são polinizadores, se alimentam de matéria morta do solo, possibilitando a renovação dos nutrientes e dispersam sementes no ambiente.
Os puçás são os instrumentos usados para capturar insetos em pleno voo, como as borboletas. Resistente, a rede do puçá é composta de uma malha fina que possibilita a entrada de ar e luz.
O projeto de extensão da UFSC, intitulado “Diversidade de insetos do Parque Ecológico do Córrego Grande: educação ambiental e conservação”, já atendeu mais de 5.000 pessoas, 80% crianças.
SERVIÇO
O quê: Inauguração do borboletário Woody Benson
Onde: Parque Ecológico do Córrego Grande (rua João Pio Duarte Silve, 535, Córrego Grande)
Quando: Hoje, às 14h30.
Horário de funcionamento para este semestre: Segunda, das 13h30 às 17h; terça, das 8h às 12h; quarta, das 8h às 12h e das 13h30 às 16h; e quinta, das 15h30 às 17h.
Quanto: gratuito
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