A comunidade do Estreito e de mais oito cidades da Grande Florianópolis esperaram cinco anos pela reabertura do Hospital Florianópolis. Ontem, enfim, a unidade voltou a funcionar com atendimento 24 horas diariamente. Com novas instalações e equipamentos, a expectativa é atender 5.000 pessoas por mês pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e desafogar o atendimento no Hospital Regional de São José.
As principais novidades depois de sucessivos atrasos nas obras e na reinauguração do prédio, são os dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e as três salas do centro cirúrgico. Com capacidade para cirurgias ortopédicas de alta complexidade, o hospital ainda tem pronto-atendimento clínico, pediátrico e de cirurgia em geral, com 50 leitos de internação e quatro leitos pós-anestésico.
Desde 2009, quando começaram as obras, o hospital continuou aberto, mas fazia apenas consultas e atendimentos que não necessitavam de internações. “A população estava esperando isso há cinco anos e muitos tinham que ir a outros municípios para serem atendidos. Agora haverá muitos benefícios para a comunidade local, principalmente com a UTI e o novo centro cirúrgico”, disse Sirlene Dias Coelho, a nova diretora do hospital, que veio de São Paulo e é formada em administração hospitalar.
Para a secretária de saúde do Estado, Tânia Eberhardt, a reinauguração é um marco para a cidade. “Aqui as pessoas serão atendidas com excelência e a administração terá agilidade para lidar com as questões do hospital. Com isso, o Hospital Regional de São José consegue melhorar seus atendimentos e, desta forma, a gente melhora o atendimento à população”, afirmou a secretária, cobrando a reabertura do Hospital de Biguaçu e das novas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) em Florianópolis.
A ex-diretora do hospital, Kátia Gerent, anunciou a ampliação do Hospital Florianópolis. Será construída uma nova torre de sete andares, com 164 novos leitos, 30 UTIs, maisa seis salas cirúrgicas e um novo centro de material esterilizado ao custo de R$ 30 milhões na obra e R$ 8,9 milhões com equipamentos.
Associação Paulista administra o hospital
O evento de reinauguração do hospital reuniu prefeitos de municípios da Grande Florianópolis, deputados, vereadores, senadores, secretários, o governador Raimundo Colombo, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, representantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, a imprensa e a comunidade local.
Segundo o governador Raimundo Colombo (PSD), 80% dos catarinenses apontam como principal problema a saúde, ainda que Santa Catarina seja o Estado com maior longevidade e tenha uma baixa mortalidade infantil. Por isso, além da reforma do Hospital Florianópolis, que custou R$ 12,8 milhões (R$ 7,8 milhões em obras e R$ 5 milhões em equipamentos), Colombo garante que os recursos para a ampliação do hospital estão assegurados pelo Pacto por Santa Catarina. “Temos muito a nos alegrar, mas também muitas preocupações a considerar com relação à saúde em Santa Catarina. Esse novo modelo de gestão deste hospital terá o compromisso de prestar serviço de excelente qualidade e com agilidade”, explicou.
A gestão do Hospital Florianópolis ficará por conta da SPDM (Organização Social Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), a mesma que administra o Samu (Serviço Móvel de Urgência) em Santa Catarina. O hospital começa a operar com 317 funcionários, dos quais 195 são da SPDM e 122 do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado. O objetivo é contratar mais 273 funcionários por meio de concurso público e fechar o quadro de funcionários com 590 pessoas.
Unidade completa 45 anos
Inaugurado em 1969 com o nome Hospital e Maternidade Sagrada Família, o Hospital Florianópolis comemora 45 anos em 2014. O primeiro hospital do Continente foi criado para atender doentes e parturientes, pois nessa época só havia hospitais na Ilha e o único acesso era pela ponte Hercílio Luz, o que dificultava o transporte.
Durante quatro anos, o hospital atendeu de forma particular e destinava 10% de seus leitos à comunidade carente. Em 1974, o hospital foi adquirido pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), aumentando o número de leitos e a demanda para atendimentos à comunidade e passou a se chamar Hospital Florianópolis.
Cinco anos depois, após passar por reformas, o hospital iniciou suas atividades como único no Estado de propriedade da Previdência Social. Na década de 1990, a administração passou para a Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina.
Hospital Florianópolis
Local: Rua Santa Rita de Cássia, 1.665, Estreito
Estrutura
Subsolo – sala de ultrassom, sala de raio X, sala de tomografia, refeitório
1° andar – emergência, consultórios, observação infantil e adulto
2° andar – enfermarias e leitos de internação
3° andar – UTI, centro de material e esterilização, centro de cirurgia e recuperação pós-anestésico
( Notícias do Dia , 22/01/2014)
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