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34ª edição do Círculo de Leitura com Arno Blass, nesta 5ª feira, na UFSC

O engenheiro mecânico, matemático e professor aposentado Arno Blass, tradutor para o português de “A Escalada da Ciência” (The Ascent of Science), de Brian L. Silver, um dos livros de maior sucesso já lançados pela Editora da UFSC, é o convidado da 34ª edição do Círculo de Leitura, programada para quinta-feira, dia 5, às 17h, no Espaço Cruz e Sousa da EdUFSC.
O PROJETO
O Círculo de Leitura é um projeto que permite ao convidado e aos presentes discutirem informalmente sobre os livros que estejam lendo, as leituras do passado e as influências de outros autores sobre o seu trabalho. Escritores e jornalistas como Oldemar Olsen Jr., Fábio Brüggemann, Inês Mafra, Mário Pereira, Maicon Tenfen, Cleber Teixeira, Dennis Radünz, Rubens da Cunha, Renato Tapado, Raimundo Caruso, Nei Duclós, Marco Vasques, Raquel Wandelli e Mário Prata foram alguns dos participantes das etapas anteriores do projeto.
Arno Blass nasceu em Porto Alegre (RS) e, ainda em casa, foi alfabetizado em português e alemão. Teve toda a sua formação na capital gaúcha. Uma experiência importante foi ter estudado no conceituado Colégio Metodista (depois transformado em universidade), que mantinha uma biblioteca de alto nível onde ele pôde ler todos os livros de Monteiro Lobato, os clássicos infantis e infanto-juvenis e a grandes obras da literatura universal.
Formado em Matemática e Engenharia Mecânica – tendo iniciado também o curso de Arquitetura, que não completou –, Blass obteve seu doutorado (PhD) no Imperial College of Science and Technology, em Londres, em 1976. Professor titular da UFSC, coordenou durante 12 anos o curso de pós-graduação em Engenharia Mecânica, fez parte do conselho editorial da EdUFSC e assessorou programas governamentais de fomento desenvolvidos por órgãos como a Capes, CNPq, PADCT e Finep.
Publicou o livro “Processos de Polímeros”, dentro da Série Didática da EdUFSC, que teve três edições, antes de traduzir “A Escalada da Ciência”, lançado em dezembro de 2002. Esta obra de 772 páginas é um divertido mergulho na aventura das conquistas científicas e, segundo o autor (falecido em 1997), “uma descrição de suas maiores batalhas, de seus generais freqüentemente excêntricos e das maneiras como a ciência influenciou profundamente a visão que o homem tem do mundo e de si mesmo”.
Arno Blass, o tradutor, destaca o tom franco do livro de Silver, que pode ser entendido por pessoas sem conhecimento profundo de temas científicos e, por isso, é indicado para leitores de todas as idades. “Entrei no site da Barnes and Noble, comprei, li, gostei e sugeri ao então diretor da EdUFSC, Alcides Buss, a tradução”, conta ele. Ainda falando deste livro peculiar, Blass diz que ele é um misto de história e de filosofia da ciência e que pode dar aos jovens universitários de hoje uma visão de conjunto da evolução da ciência e do pensamento científico, do Iluminismo aos nossos dias.
O convidado do Círculo de Leitura é um de seus freqüentadores mais fiéis – perdeu apenas duas das 33 edições já realizadas – e se define como um “estudioso da História, lógico por formação, apreciador da literatura e da boa música”. Habituou-se a encomendar livros na Inglaterra, onde morou durante cinco anos, porque naquele país há verdadeiras queimas de estoque no fim de cada temporada, permitindo que todas as pessoas adquiram títulos importantes a preços convidativos.
BREVE ENTREVISTA
Quais são suas leituras e seus autores prediletos?
Arno Blass – Sempre fui mais ligado à área das ciências exatas, em vista de minha formação, mas também sou fanático por História. O fato de ter sido, durante oito anos, membro do conselho editorial da EdUFSC me colocou em contato com outros gêneros, abrindo inúmeras fronteiras e ressaltando também a qualidade dos escritores catarinenses, a maioria dos quais eu desconhecia. Mas, na literatura, gosto de autores clássicos como Flaubert, Tolstoi, Dostoievski e os nossos Guimarães Rosa e Erico Veríssimo. E há nomes menos conhecidos por aqui, como o japonês Shusaku Endo, que expõe o dilema cristão no Oriente, numa leitura mais pesada, mas com muitos méritos. Dos catarinenses, posso citar Salim Miguel, Flávio José Cardozo e Almiro Caldeira.

O que está lendo no momento?

Arno Blass – Acabei de receber quatro livros da Inglaterra, falando das histórias de Roma, Veneza, dos papiros do Mar Morto e da célebre viagem do navio Beagle, de Charles Darwin. Como leio várias coisas ao mesmo tempo, também estou lendo o conto “Lady Barberina”, de Henry James, e a recém-lançada coletânea de novos contistas catarinenses organizada pela professora Regina Carvalho. E gostei muito da obra “Da Olivetti à Internet”, que a Unisul publicou este ano, falando das transformações do jornalismo com o advento da web.
Como encara a leitura na internet e de que forma seleciona o mar de opções oferecidas na rede?
Arno Blass – Sou um usuário intenso da internet, mas procuro ver tudo com um olho crítico, sempre alerta ao que está disponível. É preciso conhecer o métier para saber o que tem valor. Todo dia encontro informações valiosas, mas nunca deixo de ser crítico em relação ao que está na rede, filtrando o que é sério e descartando o que não é.
Está se ocupando de alguma nova tradução ou escrevendo algo com caráter literário?
Arno Blass – Escrevi há dois anos um depoimento para o livro sobre Aníbal Nunes Pires, que foi pró-reitor da UFSC, abordando alguns aspectos peculiares de sua personalidade. Também fiz um texto sobre a trajetória da Editora da UFSC, e agora venho escrevendo crônicas que falam um pouco da transformação do mundo nas últimas décadas.
Mais informações podem ser obtidas com o professor Arno Blass pelo fone (48) 3233-0394 e pelo e-mail arno.blass@gmail.com.
(Adjori SC, 04/06/08)

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