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De predadores do meio ambiente

Artigo de Glauco Olinger — Engenheiro agrônomo (DC, 21/05/08)
A natureza sempre cobra um elevado preço de seus depredadores. Imagine-se que os dinossauros ainda andassem por aí devastando florestas, comendo tudo o que fosse vivo e que sua matança fosse proibida como é a das baleias. Quando a natureza viu que os dinos eram demais, suprimiu-os. Ainda que a Terra seja o planeta do entredevoramento (pois aqui uns comem os outros de todos os modos), ela não suporta exageros.
Quando o predador ameaça desequilibrar o ambiente, ela, a natureza, se vinga. O leão preda a corça, a cobra preda a lebre, o gavião preda o passarinho, porém o mais feroz dos predadores é o Homo sapiens, que preda sua própria mãe, a mãe de todas as coisas, a mãe natureza. Em apenas meio século, operamos mudanças espetaculares na produtividade dos cultivos agrícolas, da pecuária e do próprio trabalho humano.
Triplicamos as colheitas por unidade de área manejada e quadruplicamos a produtividade das criações. Em 1950 um homem ativo na agricultura catarinense alimentava quatro pessoas. Hoje, o mesmo homem alimenta mais de dezesseis.
Mas essa mudança, realizada com base na ciência e na técnica, está custando um preço elevadíssimo, que não tem sido posto em conta: O preço da degradação ambiental. Pela perda da fertilidade natural dos solos. Pela destruição de nascentes e pequenos cursos d´água, fruto da devastação florestal. Pela pesca predatória, e a poluição do mar costeiro, pelos dejetos das cidades que crescem desordenadamente e só evoluem no processo de “infernalização” de seus habitantes.
Acrescente-se a isso tudo o crescimento demográfico entre as famílias mais pobres e ter-se-á um quadro que, seguramente, receberá um castigo exemplar da mãe natureza, ainda neste século, caso o Homo (e a Femina) sapiens continuar a pensar, exclusivamente, no aqui e no agora, negligenciando o legado que deixarão para as futuras gerações.

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