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Governo reduz verba para Maratona Cultural

(Por Upiara Boschi DC, 08/03/2013)

Chega a ser irônico. Em sua passagem de 15 meses pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, Cesar Souza Junior (PSD) teve como uma das principais realizações as edições da Maratona Cultural de Florianópolis – eventos com duração de três dias, reunindo centenas de artistas para apresentações em locais públicos espalhados pela Capital. Agora, prefeito de Florianópolis, o pessedista quase viu a terceira edição da festa naufragar.

Marcada para 22, 23 e 24 de março, a Maratona Cultural foi ameaçada pela mudança nas regras de apoio a eventos na Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, agora capitaneada por Beto Martins (PSDB), e por um argumento lógico: não faz sentido que o governo pague toda a festa. Pela nova lógica, pelo menos 30% precisa ser bancado por quem apresentou o projeto.

– O Estado tem que apoiar, mas não pode ser o único provedor do evento. Não tenho vergonha de dizer que isso acabou – afirmou Beto Martins.

A segunda edição da festa, em março do ano passado, custou R$ 1,5 milhão ao governo. Na época, a prefeitura da Capital não colocou um centavo. Dário Berger (PMDB) não tinha o menor interesse em fortalecer o palanque de Cesar Junior, já tido como adversário da continuação de seu projeto político. O peemedebista chegou a chamar o evento de “fracassado” – avaliação desmentida pela própria repercussão das apresentações.

Diante de pedido semelhante, Martins fez o alerta de que o Fundo Cultural não faria o patrocínio nos mesmos moldes. Cesar Junior garantiu a participação da prefeitura e entrou em contato direto com o governador Raimundo Colombo (PSD), a quem apelou por ajuda. Ontem à noite, governador e secretário bateram o martelo. O Estado vai bancar um valor entre R$ 750 mil e R$ 1 milhão. A prefeitura e a empresa sem fins lucrativos que promove a festa ficam com a contrapartida. Para Beto Martins, a Maratona Cultural precisa se profissionalizar, usando meios como Lei Rouanet para diminuir a dependência dos governos locais.

– É um evento de altíssimo nível, sem dúvida. Mas dá para imaginar a Virada Cultural em São Paulo sem apoio da prefeitura? – compara o secretário. Evento custou R$ 1,5 milhão em 2012 e agora terá contrapartida da prefeitura.

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