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Rua Vidal Ramos está fora do campo de visão da PM

No 4° Batalhão da Polícia Militar, sete telões projetam as imagens das 72 câmeras espalhadas pelo Centro. Frenéticos fragmentos das ruas. Tenente Silveira…Felipe Schmidt…Jerônimo Coelho. Em alguns pontos, a vigília é facilitada pelo zoom. As caras tornam-se nítidas. As intenções também. E os flagrantes são facilitados. Exceto na Vidal Ramos. Não foi previsto no projeto de revitalização que os toldos padronizados no estilo “open shopping” tirariam as lojas do campo de visão da PM.

Em três meses, sete lojas foram arrombadas na Vidal. Algumas delas três vezes – como a Döll e a Safari. O prejuízo dos comerciantes ultrapassa os R$ 140 mil. No lugar dos vidros quebrados, tapumes estão espalhados pela rua. Mas, maior que a insegurança é a insatisfação dos comerciantes, que discute a possibilidade de contratar segurança terceirizada. “É um desrespeito com nosso esforço para revitalizar esse espaço”, critica a coordenadora da Câmara de Lojistas da Vidal Ramos, Rose Macedo Coelho.

O Comandante do 4° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Araújo Gomes, atribui aos moradores de rua – cerca de 500 pessoas – as principais delinquências no Centro. Na Central de Monitoramento é possível observar a mudança no bairro. Meia-noite, quando o comércio está fechado e as pessoas dentro das casas, observa-se tentativas de arrombamento pelos telhados, janelas, portas de vidro, assaltos, agressões e o consumo de crack nos pontos históricos – Catedral Metropolitana, Praça 15 de Novembro, Terminal Cidade Florianópolis, Largo da Alfândega.

Sem políticas eficientes para o tratamento dos viciados, o problema vira caso de polícia, mas há limitações. A Militar atua em flagrantes, a Civil investiga os crimes, mas na prática, delitos menores são afiançáveis e os praticantes não ficam detidos mais de um dia. Há moradores com 30 passagens policiais.

PM recolhe vídeos dos arrombamentos

No jogo de prende e solta, as câmeras têm três funções: prevenção, flagrantes e informações – caso as viaturas não cheguem a tempo. A Vidal, no ponto cego da PM, limita-se a última função. As câmeras dentro das lojas contribuíram com a investigação policial, embora não tenham evitado os roubos durante as madrugadas.

Na tarde de terça-feira, o comandante Araújo Gomes recolheu os vídeos das lojas arrombadas. O último arquivo é a Safari, domingo, às 5h13. A Polícia Civil caberá a responsabilidade da elucidação dos casos. Os comerciantes não irão retirar os toldos.

(ND, 10/01/2013)

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